O período de festas de fim de ano, marcado por confraternizações, viagens e maior interação social, tem sido acompanhado por um crescimento preocupante no número de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Experiências clínicas apontam que, entre as mais recorrentes estão sífilis, gonorreia, clamídia, herpes genital e HPV, alterações que impactam diretamente a saúde urológica e atingem, de forma significativa, o público jovem, explica o presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), cirurgião urologista Giuseppe Figliuolo.
De acordo com o especialista da Urocentro Manaus, essas ISTs podem provocar sintomas urológicos como dor ou ardência ao urinar, secreção uretral, feridas ou verrugas genitais, coceira, inflamações e alterações no trato urinário. Em muitos casos, destaca Figliuolo, as infecções podem evoluir de forma silenciosa, retardando o diagnóstico e aumentando o risco de complicações, como infertilidade, inflamações crônicas e maior facilidade de transmissão.
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Segundo o urologista, que também é doutor em saúde pública, as relações sexuais sem proteção e maior número de parceiros, contribuem para a elevação dos casos, além do medo de buscar ajuda médica. “A falta de informação e a baixa adesão às medidas preventivas ainda são desafios importantes na contenção das ISTs”, explica.
“Temos notado nos consultórios médicos que doenças como sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo, têm se tornado mais comuns que o habitual e podem causar danos importantes à saúde urológica quando não tratadas corretamente”, alerta Giuseppe Figliuolo.
Além da falta de informação, muitos pacientes procuram atendimento apenas quando os sintomas já estão avançados. “Por isso é tão importante que os adolescentes passem por consultas com um especialista desde o início da puberdade. A informação é essencial para evitar a disseminação das ISTs, especialmente entre os jovens que estão iniciando a vida sexual”, frisou.
Proteção contra ISTs e vacinação
Conforme o especialista, o uso correto do preservativo em todas as relações sexuais, a vacinação contra o HPV e a hepatite B, a realização de testes rápidos e exames periódicos, além do diálogo aberto com parceiros, são medidas fundamentais para reduzir a transmissão.
O tratamento das ISTs é medicamentoso eficaz na maioria dos casos, especialmente quando iniciado precocemente. Mas, quaró mais acabadas as lesões provocadas, maiores as chances de cirurgia corretiva.
Giuseppe Figliuolo orienta que, ao identificar qualquer sintoma ou após situações de risco, a pessoa procure atendimento especializado. O acompanhamento com urologista, principalmente para meninos, é fundamental para o diagnóstico preciso, definição do tratamento adequado e orientação para evitar reinfecção e novos casos.


