Criado por estudantes de Medicina da Afya Faculdade de CiĂȘncias MĂ©dicas de Itacoatiara, o projeto âDa dor Ă resistĂȘncia: saĂșde mental e apoio multidisciplinar para mulheres vĂtimas de violĂȘnciasâ jĂĄ atendeu mais de 75 pessoas em situação de fragilidade e acolheu 18 crianças. O projeto inicia nova fase nesta sexta-feira (14/11), levando as atividades ao pĂșblico atendido pelo Centro de ReferĂȘncia de AssistĂȘncia Social (CRAS II), no bairro SĂŁo Francisco.
A iniciativa, dessa vez, tem a parceria da Prefeitura de Itacoatiara, por meio da Secretaria Municipal de AssistĂȘncia Social. A atuação conjunta, explica a diretora geral da Afya de Itacoatiara, Soraia Tatikawa, reforça o enfrentamento Ă violĂȘncia de gĂȘnero.
âEm um cenĂĄrio onde mais de 30% das amazonenses jĂĄ enfrentaram alguma forma de agressĂŁo, projetos como esse deixam de ser uma opção e passam a representar um compromisso institucional. Nosso foco estĂĄ na cidadania e na restauração da dignidade dessas mulheresâ, afirma Soraia Tatikawa.
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As atividades direcionadas Ă s mulheres vĂtimas de violĂȘncia incluem orientaçÔes de: saĂșde, jurĂdica, psicolĂłgica, alĂ©m de palestras sobre direitos, com uma abordagem educativa sobre tipos de violĂȘncia, demonstraçÔes de autoexame das mamas e atendimento conduzido por profissionais do Serviço Social. Para manter o vĂnculo apĂłs os encontros, foi criado um canal no Telegram, que proporciona suporte contĂnuo Ă s participantes.
A metodologia reĂșne pesquisa, rodas de conversa, dinĂąmicas e vivĂȘncias. A coordenadora do projeto, Francenilda Gualberto, ressalta que a proposta ultrapassa o campo clĂnico. âA violĂȘncia de gĂȘnero exige respostas que envolvam diferentes ĂĄreas. Nossa atuação integra saĂșde, assistĂȘncia social, orientação jurĂdica e apoio emocional, rompendo barreiras que alimentam o silĂȘncio e o medoâ, afirma.
A ação amplia o acesso Ă informação, promove cuidado em saĂșde mental e articula redes de apoio com instituiçÔes locais, como a Casa de Maria, CRAS e CREAS. Francenilda Gualberto destaca que o efeito mais profundo nĂŁo estĂĄ nos indicadores, mas na mudança de postura. âQuando uma mulher compreende seus direitos e encontra acolhimento, ela retoma sua autonomia e volta a ocupar o centro da prĂłpria trajetĂłriaâ.

