Durante a COP30 em Belém, o Governo do Amazonas lançou o Projeto Amazonas ECOlar, iniciativa que pretende transformar resíduos plásticos em blocos de construção para moradias sustentáveis. O programa busca dar novo destino ao lixo e oferecer casas ecológicas seguras para famílias que vivem em áreas de risco, unindo inclusão social e inovação ambiental.
A iniciativa, apresentada nesta terça (11), surge para atender uma demanda no estado. Atualmente, o déficit habitacional no Amazonas é estimado em 211 mil pessoas. Ao mesmo tempo, cerca de 182 mil toneladas de resíduos plásticos são despejadas, todos os anos, nos rios da Amazônia brasileira. Ou seja, o projeto surge como uma resposta integrada a esses dois desafios: moradia e poluição.
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Com base nos princípios da economia circular, o Amazonas ECOlar transforma um problema ambiental em uma solução social. O plano prevê a criação de um Centro de Reciclagem em Manaus, com capacidade para processar mais de 80 toneladas de plástico por mês. Isso seria o suficiente para erguer 10 casas por mês. Os resíduos serão adquiridos de cooperativas e associações de catadores, promovendo geração de renda e inclusão social.
Imagina o quanto isso trará de benefício para as pessoas, uma vez que a casa própria continua sendo o principal sonho do brasileiro, principalmente nessas regiões. A gente tem trabalhado muito nessas estruturas para que essas comunidades se tornem cada vez mais resilientes e protegidas”, afirmou o governador Wilson Lima.
As casas terão 50 m², com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Entre as vantagens, estão montagem rápida (cinco dias), durabilidade e resistência ao fogo e à umidade, além de isolamento térmico e acústico, ideais para o clima amazônico. O processo construtivo dispensa o uso de cimento, cola ou argamassa.
Investimento no projeto
O investimento total do projeto, incluindo transferência de tecnologia e aquisição de maquinário, é de R$ 11 milhões.
O Amazonas Ecolar é um marco para o estado. Ele une inovação, sustentabilidade e justiça social, ao mesmo tempo em que combate o descarte irregular de resíduos plásticos e garante moradia digna para quem mais precisa”, destacou o coronel Francisco Máximo, da Defesa Civil.
Tecnologia aplicada em outros países
Projetos semelhantes já estão em andamento em países como Colômbia, Panamá e Costa do Marfim, onde a tecnologia tem sido usada para enfrentar o déficit habitacional e reduzir a poluição plástica.
Na Colômbia, por exemplo, mais de 1,5 mil casas foram construídas com blocos reciclados, e o modelo foi replicado em comunidades rurais e urbanas de baixa renda.
A tecnologia utilizada no Amazonas será transferida pela empresa colombiana Conceptos Plásticos, referência mundial em reciclagem e construção sustentável. A empresa é conhecida por desenvolver blocos modulares feitos 100% de resíduos plásticos, resistentes e de fácil montagem, usados em projetos sociais e de emergência humanitária.
Características das casas ecológicas
- – Material: blocos feitos de resíduos plásticos reciclados
- – Tamanho: 50 m², com dois quartos, sala, cozinha e banheiro
- – Montagem: cerca de 5 dias para uma casa completa
- – Durabilidade: superior ao concreto tradicional
- – Resistência: ao fogo, à umidade e a impactos
- – Isolamento: térmico e acústico
- – Impacto ambiental: reduz o descarte de plásticos nos rios amazônicos
- – Sustentabilidade: promove economia circular e geração de renda com catadores

