O Natal é sinônimo de celebração, família e, inevitavelmente, época de compras. Com a injeção do 13º salário e a busca por ofertas, o volume de transações no e-commerce (comércio eletrônico) e nas redes sociais aumenta. Mas é preciso ficar atento porque também é um período perfeito para golpistas.
Os criminosos especializados intensificam suas ações e, para isso, utilizam táticas cada vez mais sofisticadas, como o phishing, a clonagem de sites e a manipulação de resultados de busca (SEO malicioso) para criar iscas que parecem ofertas irrecusáveis. O objetivo é claro: roubar seus dados pessoais, credenciais bancárias e, claro, o seu dinheiro, seja via Pix ou cartão de crédito.
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Os 5 Golpes de Natal Mais Comuns
- Phishing e falsas vendas de e-commerce
 
Ocorre por meio de e-mails, SMS, WhatsApp e anúncios em redes sociais com ofertas tentadoras (descontos de 50% ou mais) que redirecionam para sites falsos.
Como funciona: clonam a identidade visual de grandes varejistas, alterando apenas uma letra ou número no endereço do site (ex: “amazom.com” em vez de “amazon.com”). O objetivo é fazer você inserir seus dados de cartão ou pagar um Pix que nunca resultará na entrega do produto.
- Golpe da falsa confirmação de pedido ou rastreio
 
Se você fez compras, estará esperando por atualizações de entrega. Os golpistas aproveitam essa expectativa.
Como funciona: você recebe uma mensagem (e-mail ou SMS) alegando um problema na sua compra, como “falha no processamento do pagamento” ou “necessidade de reconfirmar dados de rastreio”. O link fornecido, contudo, é malicioso e pode roubar suas credenciais ou instalar malwares.
- Falso abono natalino ou benefício social (golpe do Pix)
 
A promessa de dinheiro fácil é um poderoso chamariz. Golpes com temas como “Abono Natalino 2024” ou “Saque do 13º Inativo” circulam intensamente.
Como funciona: Uma mensagem nas redes sociais ou WhatsApp induz o usuário a clicar em um link para “consultar” um suposto benefício. Para liberar o valor (que não existe), a vítima é instruída a realizar um pequeno Pix de “taxa” ou a compartilhar a mensagem com diversos contatos.
- Sequestro de conta e golpe do anúncio falso em redes sociais
 
O criminoso invade o perfil de alguém que você confia ou que tem uma conta comercial legítima.
Como funciona: o perfil invadido passa a vender produtos inexistentes a preços baixíssimos, aproveitando a confiança dos seguidores. O pagamento é sempre solicitado por Pix ou transferência imediata para contas de laranjas.
- Golpes em doações e campanhas de Natal
 
A solidariedade do fim de ano também é explorada.
Como funciona: perfis e páginas falsas de instituições de caridade ou ONGs solicitam doações rápidas via Pix, sem apresentar a devida comprovação de registro ou prestação de contas.
Como manter a segurança e evitar prejuízos
- Desconfie de preços irreais: Se o desconto é de 70% em um produto muito desejado, a chance de ser golpe é altíssima. Pesquise o preço médio em lojas confiáveis.
 - Verifique a URL: Antes de digitar qualquer dado, confira o endereço do site. Ele deve começar com “https://” e apresentar um símbolo de cadeado na barra do navegador. Para sites conhecidos, digite o endereço diretamente, sem usar links de e-mail ou WhatsApp.
 - Use o cartão virtual: Sempre que possível, utilize o cartão virtual para compras online, pois ele gera um código de segurança temporário, dificultando fraudes em caso de vazamento de dados.
 - Atenção ao Pix: Na hora de pagar via Pix, confira o nome e o CPF/CNPJ do recebedor que aparece na tela do seu banco. Se o nome não corresponder à loja oficial, não finalize a transação.
 - Mantenha softwares atualizados: use um bom antivírus e mantenha o sistema operacional e aplicativos do seu celular e computador sempre atualizados.
 
Polícia faz alertas
No Amazonas, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor (Decon), tem feito alertas para a população sobre os principais golpes virtuais com medidas de prevenção.
De acordo com o delegado Rafael Guevara, o golpe do e-commerce é o mais comum. Praticado quando as vítimas visualizam propagandas com preços atrativos em redes sociais, lojas virtuais e marketplaces, realizam o pagamento, mas nunca recebem o produto ou serviço.
“É recorrente que infratores se infiltrem em plataformas de marketplace para praticar esses crimes, principalmente, por meio de lojas pouco conhecidas. Por isso, em compras on-line, é fundamental que os consumidores verifiquem quantos clientes já receberam o produto, quantas entregas foram confirmadas e quais avaliações e comentários positivos o fornecedor recebeu”, orientou Guevara.
O golpe dos sites falsos também é recorrente, segundo o delegado. Isso ocorre quando fraudadores clonam páginas de grandes empresas para enganar os consumidores e roubar dados pessoais e financeiros.
“Os autores criam sites com a mesma aparência das páginas originais, reproduzindo cores, layout e até a logomarca das empresas. Nesse caso, a recomendação é que os consumidores sempre digitem o endereço (URL) diretamente no navegador, em vez de clicar nos primeiros links exibidos pelo buscador”, alertou a autoridade policial.
Outras recomendações
“A recomendação mais adequada é simplesmente ignorar esse tipo de mensagem. Já em caso de fraude, é necessário contestar a compra junto à operadora do cartão de crédito ou, no caso de pagamentos via Pix, utilizar a ferramenta de denúncia disponível nos aplicativos bancários”, reforçou o delegado Guevara.
O que fazer se você foi vítima?
Se você foi vítima e mora no Amazonas, a Polícia Civil recomenda que o consumidor registre um Boletim de Ocorrência (BO), presencialmente em qualquer unidade policial ou on-line, por meio da Delegacia Virtual (Devir), disponível no endereço: https://delegaciavirtual.sinesp.gov.br/portal/.

