Uma onça-pintada resgatada no Rio Negro em outubro foi devolvida à natureza após uma operação de 24 horas realizada entre os dias 9 e 10 de novembro, no Amazonas. A ação foi conduzida pela Secretaria de Estado de Proteção Animal (Sepet-AM) e marcou o primeiro registro na Amazônia de resgate, reabilitação e reintrodução de um exemplar da espécie Panthera onca em seu habitat natural.
A operação mobilizou médicos-veterinários, biólogos, técnicos e pesquisadores, que acompanharam todo o processo na área de soltura. A equipe permaneceu acampada na mata por cerca de 17 horas para garantir que o retorno do animal ocorresse em condições de segurança. O procedimento seguiu recomendações técnicas do biólogo responsável, Nonato Amaral, após aproximadamente 40 dias de cuidados intensivos.
LEIA TAMBÉM: Onça-pintada resgatada no Rio Negro conclui reabilitação e será devolvida à natureza
De acordo com a Sepet-AM, a devolução contou com apoio do Departamento Integrado de Operações Aéreas (Dioa), responsável pelo transporte aéreo, e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), que disponibilizou embarcações para o deslocamento até uma área de reserva florestal em Novo Airão. A onça foi transportada sedada, em uma caixa confeccionada especialmente para a operação.
Antes da soltura, o animal recebeu uma coleira de radiomonitoramento com GPS, instalada no dia 4 de novembro. O equipamento, fornecido pelo Instituto Onça-Pintada (IOP), permitirá acompanhar os deslocamentos do felino pelos próximos anos, fornecendo dados para pesquisas científicas.
A onça havia sido encontrada no Rio Negro após ser ferida por disparos de chumbinho durante uma tentativa de travessia entre Iranduba e Manaus. O resgate teve apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental, que realizou o primeiro atendimento. No total, 36 estilhaços foram retirados do rosto do animal. Após estabilização, o felino foi encaminhado ao antigo zoológico do Tropical Hotel, onde permaneceu em reabilitação até receber a autorização técnica para retorno ao habitat natural.

