A médica investigada pela morte do menino Benício, de 6 anos, após a aplicação de medicação em um hospital de Manaus, responderá as investigações em liberdade. A decisão da Justiça foi tomada por meio da concessão de um habeas corpus preventivo. Segundo o delegado Marcelo Martins, o caso é investigado como homicídio doloso qualificado.
A investigada e uma técnica de enfermagem, que realizaram o atendimento o menino Benício Xavier de Freitas, prestaram depoimento na manhã desta sexta-feira (28/11), no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), situado na Avenida Lourenço da Silva Braga, 1505, Centro de Manaus.
A criança morreu após receber uma dosagem incorreta de adrenalina aplicada por via intravenosa, segundo denúncia feita pelos pais na terça-feira (25). O atendimento ocorreu entre sábado (23) e a madrugada de domingo (24).
Segundo o delegado Marcelo Martins do 24° DIP, o caso é apurado como homicídio doloso qualificado pela crueldade. Testemunhas relataram que a médica teria demorado a prestar socorro à criança, o que, segundo a investigação, caracterizaria indiferença diante da gravidade da situação.
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“A médica foi acionada pela técnica de enfermagem logo que a criança começou a passar mal, mas não demonstrou urgência em prestar socorro. Esse comportamento evidencia desprezo pela vida da vítima”, esclareceu a autoridade policial.
A defesa da nega as acusações e afirma que ela teria agido imediatamente, solicitando inclusive um antídoto para tentar reverter o quadro. Médicos ouvidos no inquérito, porém, afirmaram que não existe medicação capaz de neutralizar uma overdose de adrenalina, restando apenas medidas de suporte clínico.
Documentos do hospital e depoimentos já coletados confirmam que a criança sofreu pelo menos seis paradas cardíacas antes de morrer. Na quarta-feira (26), o Conselho Regional de Medicina do Estado Amazonas (Cremam) abriu procedimento para apurar a morte da criança. A médica e a técnica de enfermagem envolvidas foram afastadas das atividades.


