A capital amazonense está entre as cidades contempladas pelo Ministério da Saúde na implantação da nova Rede Nacional de Serviços Inteligentes e de Medicina de Alta Precisão do SUS no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz. A iniciativa prevê a instalação de 14 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) automatizadas que funcionarão de forma interligada em 13 estados nas cinco regiões do país, incluindo o Amazonas.
Conforme o anúncio do Ministério da Saúde, a unidade contará com serviços totalmente digitais, monitoramento contínuo, integração entre equipamentos e sistemas de informação. A tecnologia auxiliará na previsão de agravos, apoiará decisões clínicas, otimizará avaliações e permitirá a troca de conhecimento entre especialistas em diferentes regiões. Também estarão conectadas a uma central de pesquisa e inovação.
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As UTIs Inteligentes estarão conectadas a uma central nacional de pesquisa e inovação, que também integrará o futuro Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, primeiro hospital inteligente do Brasil. São 14 UTIs inteligentes distribuídas por treze estados nas cidades de Teresina (PI), Belém (PA), Manaus, Dourados (MS), Fortaleza (CE), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).
A primeira etapa da proposta para a construção do hospital inteligente prevê um investimento de R$ 1,7 bilhão, viabilizado por meio da cooperação com o Banco dos BRICS. O Ministério da Saúde já entregou a documentação final para análise do pedido de financiamento. Após a aprovação da instituição, a expectativa é que os primeiros serviços da rede entrem em operação em 2026.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância estratégica da nova estrutura digital para a modernização da saúde pública. “Hoje estamos entrando em uma nova era de inovação do SUS. A implantação dessa rede nacional de serviços inteligentes tem um papel enorme para a saúde brasileira, que vai permitir que a população tenha acesso ao que tem de melhor em tratamento médico. E, além disso, também vamos produzir conhecimentos, pesquisas e contribuir para que o sistema de saúde seja um destaque global”, frisou.
A iniciativa faz parte do programa Agora Tem Especialistas, voltado à expansão do atendimento especializado da rede pública. O uso de tecnologias como inteligência artificial e big data pode reduzir em até cinco vezes o tempo de espera por atendimento de emergência, além de tornar o diagnóstico e a assistência especializada mais rápidos e precisos.
Primeiro hospital inteligente do Brasil
O Ministério da Saúde assinou na última sexta-feira (14) a cooperação técnica para a implantação do Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas da USP, que será o primeiro hospital inteligente do Brasil. O documento oficializa a parceria com a Faculdade de Medicina da USP e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que fará a cessão do terreno.
A expectativa é beneficiar cerca de 20 mil pacientes por ano. O hospital terá 800 leitos, sendo 250 de emergência, 350 de UTIs e 200 de enfermaria, além de 25 salas cirúrgicas. O início das operações está previsto para 2029, com a instalação de equipamentos, implantação dos sistemas digitais e treinamento das equipes.
A idealizadora do projeto do Hospital Inteligente de Urgência e Emergência, a professora titular de emergências da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ludhmila Hajjar, explicou como o projeto funcionará: “O instituto tecnológico será um piloto para a medicina de alta complexidade no SUS, que levará atendimento de qualidade, com transformação, inovação e aplicação de tecnologias emergentes no cuidado dos pacientes. Nossa expectativa é trazer um modelo sustentável e replicável nacionalmente com conceitos de inteligência artificial e integração de sistemas”.
A estrutura foi planejada para transformar o cuidado na rede pública de saúde com inteligência artificial para triagem mais rápida e precisa; telemedicina para ampliar o acesso a especialistas; ambulâncias 5G com monitoramento em tempo real dos sinais vitais dos pacientes; e cirurgias robóticas e medicina de precisão.
O Ministério da Saúde, além de viabilizar a construção da unidade, a partir do pedido de financiamento do BRICS, atuará na compra de equipamentos avançados e no custeio do seu funcionamento. Outras oito unidades hospitalares do país serão modernizadas com recursos federais com foco na oferta de serviços assistenciais inovadores, com aplicação de tecnologias.
Em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a participação de universidades e secretarias de saúde, a pasta também modernizará oito hospitais de excelência localizados em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. fortalecendo a rede de emergências e o cuidado em alta complexidade no SUS.
A primeira fase contemplará, também na capital paulista, o novo hospital da Unifesp e, no Rio de Janeiro, quatro hospitais federais a partir de parceria com o GHC, a Fiocruz, UNIRIO e UFRJ. Além do Novo Hospital Oncológico da Baixada Fluminense e do Instituto do Cérebro do Rio. No Rio Grande do Sul, o beneficiado será o Novo Hospital do Grupo Hospitalar Conceição (RS).

