O golpe da falsa venda se tornou o mais aplicado contra clientes bancários no país em 2025. Segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), foram 174 mil casos registrados no primeiro semestre, um aumento de 314% em comparação ao mesmo período de 2024.
Nessa fraude, os criminosos criam lojas falsas na internet e perfis enganosos em redes sociais, simulando promoções de produtos com preços muito abaixo do mercado. As vítimas pagam pelo item, mas nunca recebem o produto. Além disso, elas têm seus dados roubados.
Se o produto estiver barato demais, o vendedor estiver apressando para fechar a compra ou o site for recém-criado, desconfie. É sinal de golpe”, alerta Walter Faria, diretor de Serviços e Segurança da Febraban.
“Com a Black Friday e o Natal chegando, é importante redobrar o cuidado”, reforça o executivo.
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Como funciona o golpe
Os criminosos investem em anúncios pagos nas redes sociais e criam páginas que imitam lojas conhecidas.
Depois, enviam mensagens por e-mail, SMS ou WhatsApp oferecendo produtos com “superdescontos”. Assim que o cliente realiza o pagamento, o dinheiro vai direto para contas falsas — e o contato com a suposta loja desaparece.
Para não cair na cilada, desconfie de ofertas muito vantajosas, evite clicar em links desconhecidos e sempre confirme se o site tem CNPJ válido, domínio oficial e avaliações reais.
Outros golpes mais aplicados em 2025
Além da Falsa Venda, outros golpes bancários continuam fazendo vítimas no país.
Confira os mais relatados no primeiro semestre, segundo a Febraban:
- 1 – Falsa Central Telefônica – criminosos ligam fingindo ser do banco e pedem dados pessoais, senhas ou transferências.
- 2 – Golpe do WhatsApp – golpistas clonam o aplicativo e pedem dinheiro aos contatos da vítima.
- 3 – Falso Investimento – perfis e sites prometem lucros altos e somem após o depósito.
- 4 – Phishing (mensagens falsas) – e-mails e links enganosos usados para roubar informações.
- 5 – Falso Boleto – boletos adulterados redirecionam o pagamento para contas de criminosos.
- 6 – Troca de Cartão – o golpista observa a senha e troca o cartão durante o pagamento.
- 7 – Golpe da Devolução de Empréstimo – golpista pede devolução de dinheiro dizendo que houve “erro no sistema”.
- Mão Fantasma – vítima instala app falso que dá acesso remoto ao celular.
- Golpe do Delivery – entregadores usam maquininhas adulteradas para cobrar valores maiores.
Como se proteger
- – Desconfie de preços muito abaixo da média.
- – Evite clicar em links recebidos por mensagens ou redes sociais.
- – Confira sempre o endereço do site e o CNPJ da empresa.
- – Nunca informe senhas ou códigos por telefone ou WhatsApp.
- – Use aplicativos e sites oficiais para pagar boletos ou fazer compras.
- – Desligue ligações suspeitas e entre em contato com o banco por outro número.
Recomendações
“Os bancos investem bilhões em segurança, mas a melhor defesa ainda é a atenção do consumidor”, reforça Walter Faria.
“Criar uma cultura de proteção de dados e educação digital é fundamental para evitar prejuízos.”
Campanha nacional de alerta
A Febraban e os bancos associados lançaram a segunda fase da campanha “Se é golpe, tem contragolpe”, que está sendo exibida em TVs, rádios e redes sociais.
A ação mostra situações reais de golpes e ensina o público a reconhecer armadilhas online e telefônicas.
Fique atento aos golpistas
Golpistas aproveitam a pressa, a distração e as datas promocionais para agir. Antes de clicar, comprar ou transferir dinheiro, pare, pense e desconfie. Promoções boas demais e mensagens urgentes são os maiores sinais de alerta. A informação é a melhor arma contra o golpe.
O que fazer se você foi vítima
- 1 – Entre em contato imediatamente com o banco ou instituição financeira em que ocorreu a fraude — bloqueie contas, cartões, senhas ou qualquer acesso comprometido.
- 2 – Registre um boletim de ocorrência na delegacia local ou pela delegacia virtual, relatando o golpe, anexando e-mails, mensagens, comprovantes, prints ou qualquer evidência.
- 3 – Guarde todos os comprovantes: print da conversa, e-mail, site da falsa loja, pagamento realizado, dados do vendedor. Isso será útil em eventual ressarcimento e investigação.
- 4 – Além do banco, denuncie junto ao órgão de proteção ao consumidor ou à autoridade competente para fraudes bancárias.
- 5 – Se possível, comunique o golpe à instituição reguladora — isso ajuda a rastrear o golpe, proteger outros consumidores e inibir os criminosos.
Autoridades que você pode buscar em Manaus/Amazonas
- – Polícia Civil do Amazonas (PC-AM): caso haja uso de documentos falsos, abertura indevida de contas ou fraude em agência bancária.
- – Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM): atua em crimes contra o sistema financeiro e pode fazer denúncias criminais de fraudes bancárias.
- – Polícia Federal (PF): responsável por investigar golpes que envolvem instituições federais, fraudes bancárias de grande escala, uso de documentos falsos ou organização criminosa.
- – Banco Central do Brasil (BCB): regulador do sistema financeiro — embora não seja para denúncias criminais diretas, você pode informar casos de fraude grave para que o banco participe da investigação.
- – Defensoria Pública do Estado do Amazonas / órgãos de defesa do consumidor: se você foi vítima, pode buscar orientação jurídica gratuita para reclamação, ressarcimento ou reparação.

