A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) divulgou nesta terça-feira (4) os dados atualizados sobre mortes no Amazonas por câncer de próstata. De acordo com a entidade, entre 2015 e 2024, foram 1.861 registros.
De acordo com o presidente da seccional amazonense da SBU, cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, o número é considerado alarmante e acende um alerta sobre a urgência de mudar a cultura do cuidado com a saúde masculina, tema central da campanha mundial Novembro Azul.
O rastreio, aliado ao diagnóstico precoce e um início rápido de tratamento, pode mudar a curva da mortalidade, com sucesso terapêutico em até 90% dos casos”, destacou Figliuolo.
A SBU ressalta que o número de mortes por câncer de próstata vem aumentando continuamente, segundo dados do Painel de Monitoramento de Mortalidade, do Ministério da Saúde. Além disso, nos últimos 10 anos, houve um crescimento de 21% no Brasil, saindo de 14.984 mortes anuais em 2015 para 17.587 em 2024. Só em 2024, foram 48 mortes por dia pela doença no país.
No Amazonas, as mortes por câncer de próstata em 2015 e 2024 se mantiveram em 198. Considerando o dado de 2024, a proporção de mortes no Estado é de 1 para aproximadamente dois dias.
Rastreio
A campanha Novembro Azul busca incentivar homens a partir dos 50 anos (ou 45 em caso de histórico familiar, obesidade e raça negra) a procurarem avaliação médica individualizada, anualmente.
Apesar de ser o tipo de câncer mais incidente entre homens (excluindo o câncer de pele não melanoma), o tumor de próstata ainda tem muitos tabus e desinformação, o que afasta grande parte dos homens dos consultórios médicos.
Casos de câncer de próstata no Brasil
Somente neste ano, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para o Brasil 71.730 novos casos, o que reforça a necessidade urgente de conscientização.
Doença considerada silenciosa, o câncer de próstata só apresenta sintomas quando já está na fase intermediária ou avançada, o que dificulta o tratamento. Quando mais o câncer se alastra, mais invasiva é a terapia e maiores são os riscos de sequelas e de morte. Por isso, reforçamos sempre que o melhor caminho é a ida ao urologista, para avaliação e orientação”, destaca Giuseppe Figliuolo.

O rastreio inclui avaliação clínica feita por um urologista e o exame de PSA (antígeno prostático). Juntos, eles levam a um diagnóstico mais seguro.
“Vale ressaltar que um exame não exclui o outro. Eles se complementam, evitando, assim, os chamados falsos negativos. Há, ainda, os casos em que são necessários exames complementares de imagem, como a ressonância magnética”, destaca Figliuolo.
Novembrinho Azul
A campanha também vai contemplar a saúde infantil, através do Novembrinho Azul, iniciativa da SBU que busca aumentar a adesão de jovens meninos ao urologista, criando uma cultura do autocuidado desde a primeira idade.
Paralelamente, a SBU levará informação de qualidade para todo o país por meio de uma campanha digital educativa. Durante todo o mês, serão publicados vídeos, posts e transmissões ao vivo nas redes oficiais @portaldaurologia(Instagram, Facebook e Tik Tok) para elucidar parecer dúvidas e democratizar o acesso à informação de qualidade e especializada.
Dado científico
Um estudo conduzido pela Comissão de Câncer de Próstata da revista científica Lancet, uma das publicações de maior fator de impacto no mundo, previu uma duplicação global de casos para 2,9 milhões: um aumento de 85% nas mortes para quase 700.000 até 2040.
Sintomas
Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas. Já em estágios mais avançados podem surgir sinais como:
- Presença de sangue na urina ou no sêmen
- Aumento da frequência urinária
- Fluxo urinário fraco ou interrupções ao urinar
- Disfunção erétil
- Dores nos ossos.
Como tratar o câncer de próstata
As opções de tratamento para o câncer de próstata, portanto, dependem de diversos fatores, como o estágio da doença, grau de agressividade das células tumorais, idade e condições clínicas do paciente.
Entre as abordagens possíveis estão:
- Cirurgia
- Radioterapia
- Vigilância ativa
- Hormonioterapia
- Quimioterapia
- Radiofármacos

