Um dos nomes mais visionários da história intelectual do Amazonas volta ao centro do debate contemporâneo com o lançamento da biografia “Sócrates Bomfim (1908–1984)”, assinada pelo escritor e pesquisador Elcias Moreira. A obra, estruturada em duas partes, uma narrativa biográfica de fôlego e um dossiê documental apresenta um retrato sensível e minucioso do engenheiro, economista e idealista amazonense cuja atuação ajudou a moldar o pensamento sobre o desenvolvimento sustentável e a industrialização da Amazônia.
O evento de lançamento, promovido por Selma Bomfim Silva e Sócrates Bomfim Neto, filha e neto do homenageado, reunirá familiares, amigos, pesquisadores, convidados e autoridades para celebrar o legado de um homem à frente de seu tempo. A solenidade será realizada no dia 29 de novembro, das 9h30 às 12h, na Livraria Valer Teatro da Praça São Sebastião, no Centro de Manaus.
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Na biografia, Elcias Moreira adota o gênero do jornalismo literário para narrar a trajetória de Sócrates Bomfim, revelando as múltiplas dimensões de sua vida e pensamento. Entre memórias, registros históricos e reflexões, o autor constrói um retrato humano e intelectual do advogado amazonense que, ainda nas décadas de 1950 e 1960, defendia a necessidade de uma industrialização consciente, baseada no uso racional dos recursos naturais e na inclusão social. A segunda parte da obra, intitulada Dossiê Sócrates Bomfim, compila documentos, artigos e referências históricas que dão suporte à narrativa principal e resgatam o contexto político, econômico e social da época.
O lançamento marca também a chegada da Coleção Sócrates Bomfim, box especial com cinco obras revisadas e reeditadas pelo Selo Editorial Temporal, sob coordenação de Elcias Moreira. Publicadas originalmente entre as décadas de 1950 e 1960, as obras — Valorização da Amazônia, Esboço da Vida Amazônica, Projeto Siderama, Política Mineral para o Amazonas e Matérias-Primas Amazônicas, demonstram o caráter pioneiro do autor ao discutir temas que hoje permanecem centrais, como sustentabilidade, planejamento econômico e valorização dos saberes regionais.
Mais do que um tributo, o projeto representa um resgate histórico e intelectual da Amazônia, recuperando ideias que continuam a ecoar em tempos de crise ambiental e de busca por novos caminhos para o desenvolvimento.
