A ópera “Yerma”, de Heitor Villa-Lobos, chegou à Europa neste mês de outubro, pela coprodução inédita entre quatro grandes instituições: o Auditório de Tenerife, o Teatro de la Zarzuela (Madri), o Festival Amazonas de Ópera (Manaus) e o Festival de Ópera do Theatro da Paz (Belém), um marco de colaboração cultural real entre Brasil e Espanha.
O projeto nasceu em Manaus, em 2023, durante a conferência anual da Ópera Latino-América. A partir desse encontro, o Teatro Amazonas e o Auditório de Tenerife iniciaram as primeiras conversas sobre “Yerma”. Pouco depois, somaram-se o Teatro de la Zarzuela e o Festival de Ópera do Theatro da Paz, consolidando uma parceria institucional sem precedentes entre as duas nações.
Baseada na tragédia homônima de Federico García Lorca, estreou em outubro de 2025, no Auditório de Tenerife, marcando a temporada europeia da versão revisada da obra e sua primeira apresentação na Espanha.
LEIA TAMBÉM: Espetáculo de dança “Cabaré Chinelo” estreia no Teatro Amazonas
A presença do maestro Luiz Fernando Malheiro em Tenerife foi viabilizada por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC). “Essa cooperação internacional nasce de Manaus e é feita para o bem do Amazonas, levando o nome do nosso estado ao cenário lírico europeu com orgulho e excelência”, afirma Malheiro.
Uma produção binacional
Com direção musical de Luiz Fernando Malheiro e encenação do espanhol Paco Azorín, “Yerma” reúne artistas e técnicos de ambos os países em uma produção inteiramente binacional. A soprano Berna Perles interpreta o papel-título, acompanhada por solistas brasileiros e espanhóis e pelo Coro Titular Ópera de Tenerife–Intermezzo.
A estreia em Tenerife, aplaudida por mais de 1.600 espectadores, foi recebida como um acontecimento histórico, abrindo caminho para a circulação da ópera pelos teatros parceiros: Manaus (Festival Amazonas de Ópera), Belém (Festival de Ópera do Theatro da Paz) e Madri (Teatro de la Zarzuela), onde a montagem encerrará sua rota em 2027, como parte das comemorações do centenário de Lorca.
“‘Yerma’ é a prova de que a música brasileira tem voz e lugar no mundo. E é um privilégio ver essa ponte artística nascer da Amazônia”, conclui Malheiro.


