Três servidores públicos da área da saúde foram presos preventivamente nesta quinta-feira (16) durante a segunda fase da Operação Jogo Marcado, chamada de “Metástase”, deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM). A ação foi coordenada pela 77ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, sob responsabilidade do promotor Ednaldo Quino Medeiros, com apoio do GAECO.
“As prisões foram decretadas com base em indícios relevantes de envolvimento direto desses servidores nas irregularidades investigadas”, afirmou o promotor Ednaldo Quino Medeiros. “Todos os alvos desta fase têm ligação funcional com as unidades de saúde investigadas.”
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A operação cumpriu 27 mandados de busca e apreensão nas cidades de Manaus (AM) e Joinville (SC), e também resultou no afastamento cautelar de sete servidores, além da suspensão de contratos com empresas fornecedoras e do pedido de bloqueio judicial de mais de R$ 1 milhão em bens.
Segundo o MP, os servidores presos atuavam em unidades como a maternidade Nazira Daou, hospital Balbina Mestrinho e Fundação Cecon. As investigações apuram suspeitas de fraudes em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato.
“Identificamos que os mesmos padrões verificados na primeira fase da operação, em 2024, se repetiam em outras unidades. Essa repetição motivou o nome ‘Metástase’ para esta nova etapa”, explicou o promotor.
Os nomes dos servidores não foram divulgados por decisão judicial. A investigação continua com a análise dos materiais apreendidos e os depoimentos dos envolvidos.
O Governo do Amazonas se manifestou por meio de nota. Leia na íntegra:
O Governo do Amazonas informa que está acompanhando a ação desta quinta-feira (16/010), desdobramento de operação desencadeada em 2024. Agentes da Polícia Civil dão apoio às investigações e a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) segue contribuindo com os trabalhos dos órgãos que atuam na operação.
Cabe esclarecer que, em sua maioria, os contratos que estão sendo investigados foram realizados de forma direta pelas unidades de saúde, que possuíam autonomia para esse tipo de contratação, o que não é mais permitido pela SES-AM. A administração estadual trabalha para eliminar contratos realizados na secretaria por meio de indenizatórios, prática comum em administrações anteriores, e que ao longo dos últimos anos foi reduzida em 50%.
O Governo do Amazonas reafirma que não compactua com práticas ilícitas promovidas por agentes públicos estaduais, reforçando que tratam-se de ações isoladas de servidores já afastados de suas funções e que seguirá atuando para eliminar qualquer tipo de contratação realizada sem a transparência adequada.