O Sindicato dos Petroleiro do Amazonas (Sindipetro-AM) divulgou nota, nesta quarta-feira (22), classificando de “excelente notícia” a liberação da Licença de Operações (LO) concedida a Petrobras pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a prospecção de um poço na Margem Equatorial, próximo a foz do rio Amazonas, no município de Oiapoque, no Amapá.
“A Petrobras tem total capacidade técnica e ambiental para operar com segurança naquela região. O maior exemplo disso é Urucu, no coração da Amazônia, onde há mais de três décadas a companhia desenvolve uma produção de petróleo e gás com extremo cuidado ambiental, sem registros de acidentes de grande porte. Urucu é uma referência mundial em operação sustentável em ambiente sensível”, afirma o coordenador-geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro.
Conforme a entidade, essa nova etapa na Margem Equatorial representa uma oportunidade de desenvolver nossa região com responsabilidade e soberania, bem como fundamental para a cadeia produtiva desse petróleo gerar benefícios diretos ao povo dos outros Estados da Regiao Norte.
“Por isso, defendemos que o refino desse petróleo aconteça aqui no Amazonas, fortalecendo nossa economia, gerando empregos e reduzindo o preço dos combustíveis”, afirma Ribeiro.
A exploração com responsabilidade ambiental é possível e necessária, e a Petrobras tem histórico e competência para isso, mas a concessão da LO não convenceu ambientalistas e cientistas do clima. Para o físico Paulo Artaxo, do Painel Internacional das Mudanças Climáticas, explorar petróleo nese momento é aumentar a emissão de Gás Carbônico na atmosfera no momento em que o planeta se aproxima perigosamente do chamado “ponto de não retorno”.
O gás carbônico (CO2) é o principal gás de efeito estufa, o fenômeno que está fazendo a Terra aquecer. Já ponto de não retorno é o momento que os cientistas apontam que o planeta terá sua temperatura média elevada em 2% acima da temperatura média do início do período industrial. Se a temperatura média do planeta atingir esse 2% a mais, geleiras eternas no Ártico ou na Cordilheira dos Andes, por exemplo, vão derreter e assim aumentar o nivel do mar.
A consequência será o mar engolir as cidades litorâneas, a vida marinha sofrer grande perdas de espécies pela influência das águas doces das geleiras, além do desaparecimento de manguezais, bioma rico em biodiversidade,