O município de Parintins, na região do Baixo Amazonas, celebra nesta quarta-feira (15), 173 anos de fundação, mas a festa começa na noite de hoje (14), com um show da banda Calcinha Preta, no bumbódromo, bandas locais e, como não poderia deixar de ser, shows de Garantido e Caprichoso na hora da contagem regressiva.
Conhecida nacionalmente por sediar um dos maiores espetáculos folclóricos do país, a cidade se tornou um símbolo da força cultural da região Norte e, ao mesmo tempo, um exemplo de como a cultura pode impulsionar a economia local e gerar oportunidades.
Localizada a cerca de 369 quilômetros de Manaus, Parintins tem aproximadamente 96 mil habitantes, conforme dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia do município apresenta um Produto Interno Bruto (PIB) per capita estimado em R$ 12.255,21 e um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,657, com base nos últimos dados disponíveis.
Apesar dos desafios estruturais, como o acesso limitado por vias terrestres e a concentração de atividades em períodos específicos do ano, Parintins tem avançado com investimentos públicos e programas de fomento ao empreendedorismo local.
O maior motor econômico da cidade, sem dúvida, é o Festival Folclórico de Parintins, que todos os anos transforma a ilha tupinambarana em um palco de arte, tradição e turismo. Em 2024, o evento movimentou mais de R$ 180 milhões, atraindo cerca de 120 mil turistas e promovendo uma cadeia produtiva que envolve desde costureiras, aderecistas e artistas até pequenos empreendedores do setor de alimentação e transporte.
O festival tornou-se tão relevante que hoje é responsável por impulsionar inclusive o setor primário, com a produção de fibras naturais como a juta e a malva, usadas na confecção dos itens cenográficos dos bois.
Os bois-bumbás Garantido e Caprichoso, que protagonizam o espetáculo anual, representam mais do que uma rivalidade folclórica: são a expressão viva da cultura popular amazonense e a principal identidade de Parintins.
Cada agremiação movimenta multidões e mantém, ao longo de todo o ano, oficinas culturais, grupos artísticos, comunidades envolvidas na criação de alegorias, fantasias e ensaios. Eles são a alma da cidade e o elo emocional que liga o povo do Amazonas às suas raízes.
Além da cultura, Parintins busca fortalecer outros pilares de sua economia, com destaque para a agricultura familiar, a pesca artesanal e o comércio local. Programas como o “Cidade Empreendedora”, realizado em parceria com o Sebrae, têm contribuído para ampliar a formalização de pequenos negócios e capacitar trabalhadores locais, especialmente os ligados à economia criativa.
Na véspera de seu aniversário, Parintins se apresenta não apenas como um polo cultural do Brasil, mas como uma cidade com vocação para o crescimento sustentável, onde a tradição se alia ao desenvolvimento econômico. O desafio que se impõe agora é garantir que a riqueza gerada por sua cultura e seu povo seja transformada em mais qualidade de vida para todos os parintinenses.
Na criação de gado, a cidade que já teve o maior rebanho bovino para corte do Estado, hoje aposta na criação concentrada para produção de leite e queijo. Uma das queijarias locais, a Macurany, inclusive, tem ganhado prêmios nacionais e internacionais com o queijo coalho especial fabricado na terra dos bumbás.
A cidade também ganhou destaque na produção científica, posto que hoje abriga polos das Univesidades Federal do Amazonas (Ufam) e do Estado do Amazonas (UEA), além do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e faculdades particulares, como Faculdade Senac e a Fametro, que abriu neste ano um curso de Medicina.