O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas realizou, nesta semana, uma vistoria técnica no município de Santo Antônio do Içá, na Região do Alto Solimões, para avaliar as condições de preservação do Sítio Arqueológico Presidente Vargas e do Acervo da Comunidade, bem como a regularização do sítio. A ação, conduzida pelos arqueólogos Jaime Oliveira e Marco Túlio, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo o arqueólogo Jaime Oliveira, o Sítio Presidente Vargas apresenta alta concentração de fragmentos cerâmicos associados à Tradição Polícroma da Amazônia, especialmente da Fase Guarita (séculos VIII a XVI d.C.), o que reforça sua importância para a compreensão das ocupações humanas pré-coloniais na região do Alto Solimões.
“O sítio está situado em uma área de expansão urbana, com presença de uma comunidade indígena e ribeirinha. Além dos vestígios arqueológicos, há um pequeno acervo doméstico sob a guarda do cacique Francisco Barroso Laranhag, composto por materiais encontrados durante obras na comunidade”, explicou Jaime Oliveira.
O Sítio Arqueológico Presidente Vargas está inserido em uma área de Terra Preta Indígena (TPI), em uma região de rica biodiversidade e abundantes recursos hídricos – características que indicam seu uso ancestral como território estratégico de ocupação por populações pretéritas.
Durante a visita, a equipe do Iphan realizou o reconhecimento de campo, fez registro fotográfico e o georreferenciamento da área, além de promover um diálogo com a comunidade local sobre a importância da preservação do patrimônio arqueológico.
De acordo com a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro, a ação reforça o compromisso do Instituto com a salvaguarda dos bens arqueológicos amazônicos.
“Essas missões são fundamentais para garantir a identificação, o registro e o acompanhamento técnico, sobretudo na região do Alto Solimões, onde os sítios arqueológicos convivem de forma próxima com comunidades tradicionais e indígenas”, destacou.

O Iphan dará continuidade às análises técnicas e incluirá o Sítio Presidente Vargas no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), fortalecendo as ações de preservação e conscientização junto aos moradores locais.
