O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (9), aponta que o estado do Amazonas enfrenta um cenário de atenção em relação aos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo os dados da Fiocruz, o Estado fica entre as sete unidades federativas do país que apresentam níveis de alerta, risco ou alto risco de SRAG nas últimas duas semanas, com tendência de crescimento contínuo nas últimas seis semanas — um indicativo de agravamento da situação epidemiológica.
O aumento de casos no Amazonas é impulsionado principalmente pela circulação do rinovírus e do vírus sincicial respiratório (VSR), dois dos principais agentes causadores de infecções respiratórias. O rinovírus, conhecido por causar resfriados comuns, tem sido o responsável direto pelo avanço dos casos de SRAG, especialmente entre crianças e adolescentes. Já o VSR tem mostrado uma preocupação ainda maior ao manter a trajetória de crescimento entre crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de dois anos de idade.
Em Manaus, capital do estado, a situação também inspira cuidados. A cidade figura entre as dez capitais brasileiras que apresentam nível elevado de atividade de SRAG com tendência de crescimento de longo prazo. A combinação entre alta transmissibilidade de vírus respiratórios e o impacto em grupos vulneráveis, como crianças pequenas, reforça a necessidade de atenção por parte das autoridades de saúde e da população.
A coordenadora do InfoGripe, Tatiana Portella, ressalta a importância da vacinação como medida de proteção, especialmente para idosos, pessoas com comorbidades, imunocomprometidos e crianças. Ela também reforça a recomendação de que pessoas com sintomas gripais mantenham isolamento domiciliar e, caso precisem sair de casa, utilizem máscaras de alta filtragem, como a PFF2 ou N95, para reduzir os riscos de contágio.
A análise da Fiocruz faz parte do esforço nacional de vigilância de doenças respiratórias e serve de base para orientar ações de prevenção e resposta a surtos. Com o Amazonas em alerta, especialistas recomendam reforço nas campanhas de imunização e medidas de contenção para evitar a sobrecarga nos serviços de saúde e proteger a população mais vulnerável.