A prisão do vereador Rosinaldo Bual (Agir), na manhã desta sexta-feira (3), durante uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), marca um dos episódios mais impactantes da atual legislatura da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Ele teve R$ 2,5 milhões bloqueados e pode ficar afastado do mandato por 120 dias, sendo necessário a convocação do suplente dele, Alonso Oliveira.
Acusado de liderar um esquema de desvio de recursos públicos por meio da chamada “rachadinha”, Bual foi detido juntamente com dois assessores, incluindo a chefe de gabinete, Luiza Barbosa. As investigações apontam indícios robustos de movimentações financeiras irregulares, utilização de funcionários fantasmas e possível envolvimento em crimes como lavagem de dinheiro e até associação com o tráfico de entorpecentes.
Durante a operação, três cofres foram apreendidos no gabinete parlamentar. O vereador se recusou a fornecer as senhas, e os objetos foram levados para perícia. A suspeita é que contenham documentos comprometedores e valores em espécie que possam reforçar as provas do esquema criminoso.
Relatórios obtidos pelos investigadores indicam que mais de cem servidores passaram pelo gabinete de Bual desde o início do mandato, com forte rotatividade e vínculos funcionais inconsistentes. Além disso, há registros de que parte dos salários dos servidores era devolvida diretamente à conta pessoal do vereador, prática considerada ilícita e já condenada pelo Supremo Tribunal Federal em casos semelhantes.
Convocação de suplentes e servidores de gabinete demitidos:
Rosinaldo Bual vinha crescendo em visibilidade política ao cumprir atualmente o terceiro mandato na CMM, mas já havia sido envolvido em polêmicas anteriores — entre elas, o furto de R$ 130 mil em espécie e armas de fogo de sua própria residência, em abril deste ano, protagonizado por um ex-assessor e afilhado político.
Com a prisão preventiva decretada e a expectativa de que ele seja formalmente afastado do cargo nos próximos dias, a Câmara deverá seguir os trâmites legais para substituição do vereador. A vaga será ocupada pelo suplente imediato da legenda Agir, que é o atua secretário Municipal do Trabalho, Alonso Oliveira.
Se Aloso Oliveira optar por não assumir a vaga e seguir na secretria do Trabalho, o segundo na linha de sucessão é o também subsecretário de Habitação Júnior Nunes. O terceiro na linha de sucessão é o ex-vereador Amauri Colares, que é ligado a igreja Assmbleia de Deus
Com o afastamento do titular e a prisão de membros do staff de gabinete, todos os contratos dos servidores vinculados ao mandato de Rosinaldo Bual serão automaticamente suspensos até nova deliberação da presidência da Casa.
Os efetivos lotados no gabinete deverão ser remanejados para outros setores, enquanto os comissionados serão exonerados em cumprimento à legislação vigente.