Os números do módulo “Censo 2022: Deslocamentos para trabalho e para estudo”, divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 98,1% dos residentes no Estado trabalham no mesmo município em que vivem, a maior proporção entre os Estados brasileiros.
Essa situação se explica pelo tamanho dos municípios, uma vez que o Amazonas tem o maior território e os municípios têm grandes extensões territoriais, o que dificulta a mobilidade dentre eles.
“Quem trabalha fora do município de residência deve estar na Região Metropolitana de Manaus, onde é comum alguém morar no Careiro da Várzea ou Iranduba, por exemplo, e trabalhar em Manaus. O contrário também acontece”, explica o geógrafo da Universidade Federal do Amazonas Agnaldo Pontes.
Outros dados interessantes aferidos por este modulo do Censo 2022 mostram o tempo que o trabalhador amazonense gasta para sair de casa e chegar no “batente” todos os dias. Em Manaus, por exemplo, a maioria dos trabalhadores (33% do total) leva até uma hora para chegar no local de trabalho, fruto do trânsito caótico da cidade.
Em Itacoatiara, segunda maior cidade do Estado e localizada na Região Metropolitana de Manaus (RMM), a maior parte dos trabalhadores (38%) chega na “firma” entre seis e 15 minutos. O número é semelhante ao de Parintins, na região do Baixo Amazonas, a maioria dos trabalhadores (39%) está na ativa em até 15 minutos. Já em Anamã, também na RMM e um dos menores municipios do Estado, a parte majoritária dos trabalhadores (31%) gasta meros cinco minutos para chegar no local de trabalho.
Opção pelo automóvel
O módulo Deslocamentos para trabalho e para estudo investigou ainda o meio de transporte que a população do Brasil passa mais tempo no deslocamento para o trabalho. A pesquisa revela que há um predomínio do uso de automóvel (32,3%), ônibus (21,4%) e motocicleta (16,4%), além da locomoção a pé (17,8%), como meios de transporte, representando 87,9% do deslocamento para trabalho no país.
Em valores absolutos, 48,9 milhões de pessoas usam esses meios de transporte motorizados: 22,6 milhões de pessoas, o automóvel; 14,9 milhões, o ônibus; e 11,4 milhões, a motocicleta. “Tal cenário reflete o histórico do país em privilegiar rodovias para a integração das cidades e regiões, além do descompasso entre crescimento urbano e oferta de transporte público”, afirma Mauro