A paralisação dos rodoviários em Manaus, que começou na quinta-feira (11), foi encerrada na manhã desta sexta-feira (12) após uma audiência na 13ª Vara do Trabalho, que resultou em acordo entre representantes dos trabalhadores, do Estado e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram).
O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região determinou o repasse de R$ 19,1 milhões do Estado para a conta do Sinetram. O valor será destinado ao pagamento de salários atrasados dos motoristas e cobradores de ônibus. Segundo a decisão, as empresas operadoras do sistema de transporte coletivo deverão efetuar os pagamentos aos trabalhadores em até 24 horas após o recebimento dos recursos.
A decisão judicial também estipulou sanções em caso de descumprimento, como o bloqueio das contas do Sinetram. O juiz responsável pela audiência, Gabriel César Fernandes Coelho, destacou que o foco da ação era a regularização dos pagamentos, e não a greve em si. No entanto, a paralisação foi diretamente relacionada ao atraso salarial.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, a categoria deve retomar as atividades ainda nesta sexta. Apesar disso, a normalização do sistema depende da liberação do valor pelas instituições bancárias, o que pode levar até duas horas.
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Durante a paralisação, diversos ônibus foram recolhidos às garagens e houve bloqueios em vias como as avenidas Getúlio Vargas, Leonardo Malcher e Constantino Nery. Imagens mostram veículos parados nas ruas e ao menos um ônibus depredado por passageiros insatisfeitos com a interrupção do serviço.
O sindicato também solicitou na Justiça o reconhecimento de dano moral coletivo, alegando prejuízos aos trabalhadores provocados pelos recorrentes atrasos salariais. A solicitação será analisada judicialmente.
A expectativa é que os ônibus voltem a circular de forma gradual ao longo do dia. Até a última atualização, o número de linhas afetadas e o total de usuários prejudicados não havia sido divulgado.