O Festival de Cinema da Amazônia – Olhar do Norte apresenta os filmes “Dia dos Pais”, de Bernardo Ale Abinader, e “Enquanto O Céu Não Me Espera”, de Christiane Garcia, na abertura da sétima edição, que acontece na quarta-feira (17/09), no Teatro Amazonas, no centro histórico de Manaus. A entrada é gratuita, com classificação indicativa a partir de 12 anos.
O Olhar do Norte 2025 é realizado pela Artrupe Produções, formada por Diego Bauer, César Nogueira, Hamyle Nobre e Victor Kaleb; em parceria com o Cine Set e a Itaú Cultural Play e apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, da Atelo e Amazonas Shopping.
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Referência no Norte do País, o evento segue até domingo (21/09), com três mostras competitivas: Amazônia, Outros Nortes e Olhar Panorâmico, a mostra não-competitiva Olhinho para o público infantojuvenil, curtas e longas-metragens convidados. O Olhar do Norte 2025 tem ainda atividades formativas, entre debates e oficinas, no Centro Cultural Palácio Rio Negro, Teatro Gebes Medeiros e Galeria do Largo.
“A abertura deste ano tem realizadores fundamentais na história do audiovisual no nosso estado. Christiane é uma figura presente na cena e, com seu último trabalho, conseguiu chegar na mostra competitiva do Festival de Brasília, que é sempre uma vitória e a grande quantidade de festivais internacionais que esse filme participa. Bernardo é da nossa geração, da geração do Olhar do Norte, então acompanhá-lo alçando voos altos é gratificante, ficamos muito animados e motivados ao vê-lo chegar tão longe”, afirma Diego Bauer, curador do festival.
“É uma noite pesada, forte, daquilo que o audiovisual do Amazonas produziu de melhor nos últimos anos”, completa.
O curta-metragem convidado “Dia dos Pais”, do diretor e roteirista Bernardo Ale Abinader, do Amazonas, abre a primeira noite, às 20h. No elenco estão Adanilo, Denis Lopes e Isabela Catão, que vivem numa Manaus coberta pelas queimadas. A classificação é de 12 anos.
“Dia dos Pais” mostra a difícil relação entre pai (Denis Lopes) e filho (Adanilo) e traz para o debate as masculinidades e as dificuldades emocionais que impedem os homens de evoluírem.
“Dia dos Pais é um filme que vem da minha observação a respeito da dificuldade que existe em muitas relações entre pai e filho que eu vejo por aí, geralmente envolvendo os problemas que muitos homens têm de expressar o que sentem. Atrelado a isso, eu escrevi o roteiro durante uma época de muita fumaça em Manaus e me veio essa ideia de atrelar a degradação das árvores da Amazônia com a degradação da árvore genealógica dessa família”, comenta Bernardo Ale Abinader.
O diretor pontua que é um filme 100% amazonense, com uma equipe de pessoas talentosas que ele admira.
“Estou muito feliz de mostrar o filme na cidade em que foi gravado. Ter um espaço para nós, realizadores da região norte, mostrarmos nossos trabalhos é fundamental para o fortalecimento do nosso audiovisual, e o Olhar do Norte se torna um evento fundamental nesse contexto. Além disso, sempre foi um sonho exibir um filme meu no Teatro Amazonas e o festival vai tornar esse meu sonho realidade”, destaca Bernardo Ale Abinader.
Realidade dos povos ribeirinhos
O longa-metragem “Enquanto O Céu Não Me Espera”, da cineasta amazonense Christiane Garcia, traz o ator Irandhir Santos e a história de Vicente, agricultor que luta para permanecer no sítio que reside durante a cheia dos rios amazônicos. A classificação é de 14 anos.
A estreia da produção da Olha Já Filmes aconteceu no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde concorreu em todas as categorias competitivas e recebeu aclamação do público e da crítica. “Enquanto O Céu Não Me Espera” também teve circulação no Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, em Havana, e no Festival Capri Hollywood, na Itália.
“O festival Olhar do Norte é atualmente a principal janela de exibição de filmes realizados na Amazônia e que oferece uma grande oportunidade ao público de conhecer as obras e os cineastas da nossa região. É um espaço importante de conhecimento, de relações humanas e de parcerias para fortalecer o movimento de cinema do norte que busca cada vez mais espaço e reconhecimento no cenário nacional”, reforça Christiane Garcia.
“O meu longa-metragem ‘Enquanto o Céu não Me Espera’ é parte desse movimento e, ser exibido aqui na abertura do festival de cinema da Amazônia, depois de iniciar uma carreira vitoriosa em festivais nacionais e internacionais, é um motivo de grande alegria. Um encontro com as raízes e com o lugar onde ele nasceu”, define a diretora.
Obras em debate no Festival Olhar do Norte
Na quinta-feira (18/09) os profissionais do audiovisual podem participar dos debates com os diretores de “Dia dos Pais” e “Enquanto O Céu Não Me Espera”, das 10h às 12h, na Galeria do Largo, no Largo de São Sebastião, no Centro.
“Essa exibição vai ser um momento importante também porque teremos a oportunidade de conversar com o público interessado em entender como realizamos as cenas, conhecer parte do elenco, os técnicos e tirar suas dúvidas sobre a arte, as dificuldades e particularidades de uma realizadora, autora amazonense para produzir um filme com poucos recursos e com grandes desafios geográficos e de logística”, explica Christiane Garcia.
