Agricultura familiar fortalecida, expansão da produção de alimentos e menor preço para o consumidor brasileiro. Esses são alguns dos objetivos do programa “Agroamigo”, uma das estratégias adotadas pelo Governo Lula para impulsionar a economia entre pequenos produtores de estados do Norte e Centro-Oeste e valorizar quem produz e alimenta o Brasil. Neste ano, o plano é investir mais R$ 1 bilhão em crédito destinado exclusivamente para pequenos agricultores.
Os valores disponíveis para quem quer pegar o empréstimo variam entre R$ 8 mil e R$ 15 mil e podem ser solicitados por produtores rurais de todos os segmentos, que tenham a partir de 18 anos de idade – uma das inovações da iniciativa e que vai facilitar a participação de jovens agricultores. A linha de microcrédito foi criada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), em 2024, e tem como inspiração o programa de mesmo nome do Banco do Nordeste.
Essa nova versão é operada pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco da Amazônia (BASA) e a ampliação de recursos vai permitir que mais de 100 mil famílias de produtores rurais sejam contempladas. Com juros de apenas 0,5% ao ano, o “Agroamigo” garante prazo de até três anos para pagar e bônus de adimplência que pode chegar a 40% de desconto para quem quitar em dia.
“Se um agricultor contratar R$ 12 mil e cumprir o pagamento no prazo, ele pode acabar pagando apenas R$ 7.200 no total com o desconto de pontualidade. Entendemos que essa é uma forma de incentivar o pequeno produtor a renovar o contrato de microcrédito no próximo ano”, destacou o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares.
De julho do ano passado até agora, o programa federal já injetou R$ 141 milhões em recursos para 12 mil famílias alavancarem a produção de diversos gêneros alimentícios. Os números do MIDR mostram que o volume contratado chegou a R$ 136,4 milhões, distribuídos em 11.677 operações, nos estados da Região Norte. O equivalente a 42% dos financiamentos foi feito por famílias chefiadas por mulheres. Já no Centro-Oeste, foram movimentados R$ 4,7 milhões, com 404 contratos a partir deste ano.
O crédito do “Agroamigo” pode ser usado para capital de giro, modernização da infraestrutura de produção, aquisição de equipamentos e custeio de atividades agrícolas sustentáveis. A lógica é apoiar desde pequenos agricultores até famílias que vivem do extrativismo, garantindo condições especiais para quem mantém a produção de baixo impacto ambiental.
De acordo com o Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a determinação do presidente Lula é avançar na política de microcrédito, com a participação dos Fundos Constitucionais, facilitando a vida do produtor e ajudando o país a produzir mais alimentos e baratear o preço da comida que chega na mesa do brasileiro.
“Estamos com uma expectativa gigante em relação à participação dos Fundos Constitucionais na política de microcrédito, que se agiganta no cumprimento da sua missão de promover o desenvolvimento inclusivo, geração de oportunidades e produção de alimentos”, disse.
Criado em 2024, o Agroamigo já havia recebido R$ 300 milhões em recursos do FNO (Fundo Constitucional do Norte) e do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste). Agora, com o novo aporte de R$ 1 bilhão, o governo busca transformar o programa em um dos principais instrumentos de combate à fome e incentivo à agricultura familiar no país.
Crédito pode atender qualquer demanda de investimento
Com a expansão dos recursos para o “Agroamigo”, o plano do Governo Federal é beneficiar mais de 100 mil famílias em comunidades rurais tradicionais, que passam a ter o acesso ao crédito com condições especiais.
O financiamento pode cobrir qualquer demanda de investimento e/ou custeio que gere renda para a família, explica o MIDR. O secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, enfatiza que o programa tem caráter inclusivo e inovador. “A ideia é que possamos levar embarcações para a Amazônia, por exemplo, e visitar comunidades que não são alcançadas por agências bancárias”, acrescentou.
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Agroamigo terá ações itinerantes para facilitar acesso ao microcrédito
Uma das principais preocupações do governo ao criar o programa foi garantir que o microcrédito não fique restrito a quem já tem acesso ao sistema financeiro. Para isso, haverá atuações em várias frentes.
Uma delas será o credenciamos instituições, como o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) e a CACTVS, que fazem atendimentos itinerantes. “O diferencial dessa abordagem é que são agentes de crédito vinculados às próprias cooperativas e sindicatos locais, justamente para garantir que o atendimento seja feito por quem conhece a realidade local”, explica Eduardo Tavares.
O governo já iniciou por Macapá a realização de mutirões de microcrédito em parceria com estados e municípios. Nessas ações, equipes das agências credenciadas pela Caixa, do Sebrae e organizações locais orientam os produtores rurais, que têm acesso a documentos como o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) para iniciar as propostas de crédito no local.
Saiba mais: gov.br/agroamigo