Quase 70% dos homens deixam de procurar o urologista mesmo quando sentem sintomas ou desconforto físico. O dado consta na pesquisa Qualibest e revela que ainda há muito o que se trabalhar para derrubar o preconceito quando o assunto é a saúde masculina. Neste 12 de setembro, quando comemora-se o Dia do Urologista, o presidente da seccional Amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Dr. Giuseppe Figliuolo, diz que a estratégia para aumentar a adesão dos homens aos consultórios médicos deve incluir educação, informação, acolhimento e desmistificação.
A pesquisa aponta que apenas 34% dos homens buscam um urologista quando sente sintomas. Para Figliuolo, que é cirurgião uro-oncologista e doutor em saúde pública, o preconceito, o medo do diagnóstico e a falsa sensação de vulnerabilidade estão entre os principais fatores que afastam os homens dos consultórios e acabam aumentando, consequentemente, a mortalidade por doenças como os cânceres de próstata e de pênis, além de reduzir a qualidade de vida em virtude de outras alterações de saúde.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Em 2023, foram estimados 72 mil novos casos da doença, responsável por mais de 15 mil mortes por ano no país. Além disso, o câncer de pênis, apesar de mais raro, afeta cerca de 2 mil homens anualmente, com altos índices de mortalidade, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
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Mas os riscos não se limitam ao câncer. Outras condições também comprometem a saúde masculina. Entre elas, estão a disfunção erétil – que afeta aproximadamente 50% dos homens acima de 40 anos, podendo ser sintoma de doenças cardiovasculares; a incontinência urinária, que atinge milhões de brasileiros e impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar emocional; a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), presente em até 50% dos homens com mais de 50 anos, entre outras alterações.
“Por isso, é importante dizer que toda alteração de saúde pode evoluir para quadros mais graves se não tratada a tempo”, afirma Figliuolo.
Ele ressalta que alguns sintomas nunca devem ser ignorados. Entre mês estão: dificuldade para urinar ou dor ao urinar, sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar persistente, diminuição da libido e alterações na função sexual, e inchaços nos testículos ou região genital.
O ideal, conforme o uro-oncologista, é não esperar o aparecimento de sintomas. A SBU recomenda que homens com idade a partir dos 50 anos, visitem o urologista pelo menos uma vez ao ano, para o rastreio, que pode ajudar a diagnosticar alterações na fase inicial, sem que elas apresentem quaisquer sinais.
Homens com histórico na família de câncer de próstata devem iniciar a visita ao consultório médico aos 45 anos, pois, têm maiores chances de desenvolver a doença por conta do fator hereditário.
“Consultas regulares ao urologista permitem identificar e tratar precocemente doenças que, se negligenciadas, podem evoluir de forma grave. No entanto, para vencer a resistência masculina, é fundamental ampliar campanhas de conscientização, incluir o tema nas políticas públicas de saúde e investir em informação acessível e clara para derrubar tabus”, destaca Figliuolo.
“Precisamos romper com o preconceito e mostrar que o cuidado com a saúde é sinal de responsabilidade e autocuidado. O urologista não é apenas o médico do câncer de próstata: ele é essencial para a saúde integral do homem, em todas as fases da vida. Por isso, para mudar essa cultura do medo e do preconceito, levar os meninos ao urologista também é válido”, completa o especialista.
Serviço
Dr. Giuseppe Figliuolo atende na clínica Urocentro Manaus – rua Fortaleza, Adrianópolis.
Contato para agendamento: (92) 98115-2318 / 992550753