O juiz Luís Carlos Valois lança nesta quinta-feira (21), às 19h, no Casarão de Ideias, no Centro de Manaus, o livro Apocalipse Penitenciário: histórias de vidas e mortes censuradas. A obra reúne 55 crônicas biográficas escritas a partir de entrevistas com familiares e amigos dos 56 detentos mortos durante a rebelião ocorrida em 1º de janeiro de 2017 no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
O massacre, considerado o maior da história do sistema prisional brasileiro, foi provocado por confrontos entre facções criminosas que disputavam o controle do tráfico de drogas. O episódio teve repercussão nacional e internacional.
O livro é resultado de sete anos de pesquisa envolvendo processos judiciais, relatos e visitas ao presídio. Segundo o autor, o objetivo da obra é apresentar os perfis e histórias dos presos mortos, destacando aspectos pessoais, sociais e familiares. A obra também faz parte do projeto de pós-doutorado de Valois em Criminologia pela Universidade de Hamburgo, na Alemanha.
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Luís Carlos Valois atuava como juiz da Vara de Execução Penal do Amazonas na época da rebelião. Ele participou das negociações para liberação de funcionários feitos reféns durante o conflito. Em 2024, o magistrado deixou a vara criminal e passou a atuar na área cível.
O livro é publicado pela editora D’Plácido e já foi lançado em Belo Horizonte. Há lançamentos programados para São Paulo e Rio de Janeiro nos próximos meses.