Quatro pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, foram presas nesta quinta-feira (28) durante a Operação Barões do Filão, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa envolvida com garimpo ilegal no Amazonas. A investigação aponta que o esquema movimentou mais de R$ 74 milhões, valor correspondente ao dano ambiental identificado pelas autoridades.
Além das prisões, a operação cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos, localizados nos municípios de Itaituba (PA), Novo Progresso (PA), Sinop (MT), Porto Velho (RO) e Regeneração (PI). A Justiça determinou o bloqueio de ativos financeiros e o sequestro de bens até o montante de R$ 74.110.528,00.
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A investigação começou após uma fiscalização em uma área conhecida como “Filão dos Abacaxis”, no interior do Amazonas, onde cerca de 50 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão. De acordo com a PF, o local é considerado uma das regiões de garimpo mais lucrativas da América Latina.
Segundo as apurações, a área era administrada por um responsável que arrendava os poços de mineração a terceiros. Esses arrendatários contratavam trabalhadores para a extração do ouro, que era feita com o uso de cianeto, produto que causa impactos ambientais significativos.
A Operação Barões do Filão é um desdobramento da Operação Mineração Obscura, realizada anteriormente na cidade de Maués (AM), onde também foram encontrados indícios de exploração ilegal de ouro e condições de trabalho degradantes. As investigações continuam para identificar possíveis ramificações do grupo em outros estados.