A decisão do Avante de abrir processo de expulsão contra o deputado estadual Wanderley Monteiro, por quebra de fidelidade partidária, gerou forte reação na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta terça-feira (12). O procedimento foi iniciado após o parlamentar assinar o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a aplicação de recursos do programa Asfalta Manaus.
Durante a sessão, o deputado Delegado Péricles (PL), autor do requerimento, afirmou que a medida representa uma tentativa de interferência no mandato parlamentar. “Eu repudio essa tentativa de calar um parlamentar estadual ameaçando com expulsão e perda do mandato. Isso jamais deveria acontecer. Esta Casa precisa ser respeitada”, declarou.
O presidente da Aleam, Roberto Cidade (União Brasil), também se posicionou contra a decisão, fazendo críticas à forma como o caso foi conduzido. “Quer dizer que ninguém aqui nesta Casa pode assinar uma CPI que ninguém sabe se vai ser contra o prefeito, porque ela ainda não foi aberta? Ele está usando o golpe antes de acontecer alguma coisa”, disse, acrescentando que “é impressionante passar recibo por uma situação tão pequena”.
O deputado Rozenha (PMB) reforçou a defesa da autonomia parlamentar e criticou a postura do Avante. “Esse tipo de violência política, de pensamento retrógrado, absolutista, essa mania de querer tirar das pessoas o seu direito líquido e certo, o direito de um deputado divergir, debater, buscar soluções e votar conforme a sua consciência, isso é apartidário”, afirmou.
Wanderley Monteiro, por sua vez, agradeceu o apoio recebido e reafirmou seu posicionamento. “Eu me sinto firme e forte com esse meu posicionamento. Minha consciência está limpa, meu coração está limpo. Deus vai mostrar, em 2026, a maior resposta”, disse.
O Avante informou que a decisão de abrir o processo de expulsão foi unânime entre as executivas estadual e municipal, com base no estatuto do partido e na legislação eleitoral. Enquanto o processo segue, Monteiro permanece no cargo e mantém direito de defesa.