O diretório estadual do Avante no Amazonas iniciou, nesta segunda-feira (11), o processo de expulsão do deputado estadual Wanderley Monteiro (Avante). A medida foi decidida de forma unânime em reunião da executiva estadual e municipal do partido, realizada na sede da sigla, localizada na Avenida Tarumã, no bairro Praça 14 de Janeiro, em Manaus.
Segundo comunicado oficial, a abertura do processo ocorre após o parlamentar descumprir, de forma reiterada, diretrizes políticas e compromissos institucionais do partido. A decisão tem como base o estatuto do Avante e a legislação eleitoral vigente, que prevê a perda de mandato em casos de infidelidade partidária.
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De acordo com o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), parlamentares eleitos por partidos políticos podem perder o mandato caso se afastem gravemente da linha programática da legenda, salvo em situações justificadas por justa causa.
O gabinete do deputado Wanderley Monteiro informou, por meio de nota, que não houve notificação oficial sobre o processo até o momento. A assessoria acrescentou que a assinatura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), citada como possível motivo da controvérsia, não configura, por si só, ato de infidelidade partidária. O parlamentar afirmou que irá se manifestar publicamente assim que houver comunicação formal.
A expulsão ocorre em meio à movimentação pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do “Asfalta Manaus”, que deve investigar de gastos da Prefeitura de Manaus com verba estadual, na gestão de David Almeida (Avante), destinados a obras de recapeamento asfáltico na capital.
O pedido da CPI é liderado pelo deputado estadual Delegado Péricles (PL), que protocolou o requerimento na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE/AM) na terça-feira (5), com o apoio de dez parlamentares — duas assinaturas a mais do que o mínimo necessário. Entre os apoiadores, destaca-se o presidente do PT/AM, deputado Sinésio Campos, demonstrando a inusitada aliança entre PL e PT em torno do tema.
Além de Péricles e Sinésio, assinaram o pedido: Alessandra Campêlo (Podemos), Cristiano D’Angelo (MDB), Rozenha (PMB), Wanderley Monteiro (Avante), Wilker Barreto (Mobiliza), Adjuto Afonso (União), Carlinhos Bessa (Partido Verde) e Dan Câmara (Podemos).
No entanto, após o protocolo, alguns parlamentares teriam sido pressionados a retirar as assinaturas. Segundo o próprio Delegado Péricles, o grupo enfrentou forte resistência, e agora, o prefeito David Almeida age diretamente para punir quem manteve o apoio à CPI, como no caso de Wanderley Monteiro, que pode perder a vaga por infidelidade partidária.