A Polícia Federal concluiu nesta quarta-feira, 27 de agosto, o inquérito instaurado no âmbito da Operação Tupinambarana Liberta. Cinco agentes públicos foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, corrupção eleitoral e abolição do Estado Democrático de Direito. O caso envolve suspeitas de uso indevido da estrutura do governo estadual e de membros da força policial para beneficiar uma chapa eleitoral nas eleições municipais de Parintins.
De acordo com o relatório da investigação, o grupo teria atuado de forma coordenada para promover a compra de votos e impedir o livre exercício do voto por parte da população. Há indícios de que a ação criminosa incluiu ameaças a eleitores, restrições à circulação de adversários políticos e monitoramento ilegal das atividades de candidatos e da própria Polícia Federal.
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O inquérito foi enviado ao Ministério Público Eleitoral, que será responsável por avaliar os elementos reunidos e definir eventuais medidas judiciais. Se condenados, os envolvidos poderão enfrentar penas que somam até 20 anos de reclusão, conforme previsto na legislação penal e eleitoral.
A investigação teve início em setembro de 2024, após notícia de fato encaminhada pelo Ministério Público Eleitoral de Parintins. A operação foi deflagrada em 3 de outubro do mesmo ano, com apoio da Corregedoria da Polícia Militar do Amazonas, responsável por acompanhar a execução de mandados judiciais contra policiais militares suspeitos de participação no esquema.
O nome da operação remete à Ilha Tupinambarana, região onde se localiza o município de Parintins, conhecido por sua herança indígena e pelo tradicional Festival Folclórico dos Bois Garantido e Caprichoso.