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Cidades

Cidade de Leticia, na Colômbia, pode perder acesso ao rio Amazonas

Redação
Atualizado em 2025/08/31 at 2:31 PM
Redação 10 horas atrás
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Barcos navegando no rio Amazonas na Colômbia, perto de Leticia.
Barcos no rio Amazonas, perto de Leticia, Colômbia. (Foto: Infoamazônia)
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Há mais de 20 anos, um grupo de cientistas colombianos alertou para mudanças no rio Amazonas: seu curso começava a se deslocar em direção ao lado peruano, ameaçando o acesso de Leticia ao rio. Hoje, a advertência se concretizou, e as consequências tornam-se cada vez mais visíveis para essa cidade amazônica.

Até algumas semanas atrás, muitos talvez não tivessem ouvido falar de Santa Rosa. Essa ilha, localizada no meio do rio Amazonas e com quase 3 mil habitantes, ganhou destaque devido à discussão sobre sua soberania desencadeada entre Colômbia e Peru. Depois que o Congresso peruano aprovou uma lei para criar o distrito de Santa Rosa de Loreto e, assim, declará-lo um território do Peru, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia apresentou “contundentes notas de protesto”.

Em 7 de agosto, em uma cerimônia que marcava o início de seu último ano no poder, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, leu uma declaração reafirmando sua posição: “Deve haver um acordo comum entre os dois governos antes de se decidir se é colombiana ou peruana”, afirmou. O presidente também mencionou uma questão central nessa polêmica. Em sua conta no X, garantiu que a decisão de considerar Santa Rosa como distrito do Peru “poderia fazer Leticia desaparecer como porto amazônico”. A que se referia?

Santiago Duque, professor da Universidade Nacional da Colômbia, dedicou décadas de seu trabalho à pesquisa sobre esse tema: o rio Amazonas, o mais caudaloso do mundo, está se afastando de Leticia de forma gradual e natural. O professor explica que, devido à sua geomorfologia, o rio apresenta áreas abertas e estreitos em certos trechos. Nesses estreitos, a água se distribui por diferentes braços, entre os quais se formam ilhas fluviais, como Santa Rosa e outras, mais antigas, como Ronda e Chinería, também conhecida como Rondiña.

Aproximadamente 20 quilômetros acima de Leticia, encontra-se um desses estreitos, Nazareth, no qual Duque e seus colegas mediram a profundidade e calcularam a vazão ao longo dos anos. “Em 1993, um estudo nosso, realizado na Universidade Nacional em Bogotá, indicou que 70% do volume de água que saía de Nazareth passava pelo braço peruano e os outros 30% passavam por dois braços colombianos que existiam na época”, lembra o professor. Isso começou a mostrar que a vazão do rio estava diminuindo na Colômbia.

Juan Gabriel León, também professor da Universidade Nacional, mas em Palmira, após realizar medições no estreito de Nazareth em junho passado, concluiu que a situação atual é ainda mais preocupante. “Eu desci para medir os canais e constatei que, nas ilhas de Ronda e Rondiña (pouco antes de Santa Rosa e Leticia), passavam menos de 19,5% da água que vem de Nazareth; ou seja, quase 80% já passam pelo braço peruano”, disse León ao jornal El Espectador.

Precisamente entre Ronda, que faz parte da Colômbia, e Rondiña, no Peru, foi proposta uma escavação para remover rochas e outros materiais do leito do rio Amazonas. Dessa forma, explicam os pesquisadores, seria possível garantir uma maior vazão de água pelos canais colombianos a partir do estreito de Nazareth. Mas essa não é uma ideia nova. Há quase duas décadas, cientistas propuseram isso em um projeto liderado pela professora Lilian Posada, da Universidade Nacional em Medellín, mas nada se concretizou.

Entrada do povoado da Ilha de Santa Rosa, com mulher carregando criança e moto-táxi.
Entrada do povoado da Ilha de Santa Rosa, alvo de disputa entre Colômbia e Peru no início de agosto de 2025. (Foto: Juliana Mori/InfoAmazonia)

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Falta de ação em Letícia

Posada lembra que, em 2002, assinou um contrato com o Instituto Nacional de Vias (Invías), vinculado ao Ministério dos Transportes. Um dos objetivos da obra era adaptar o píer Victoria Regia, em Leticia, pois estava seco e, portanto, inoperante.

“A gente propôs alongar parte do píer flutuante para trazê-lo de volta às águas do rio. Conseguimos colocá-lo em funcionamento novamente”, explica a professora. No entanto, Posada e seus colegas alertaram que o píer voltaria a secar se outras obras não fossem implementadas. Foi então que sugeriram a dragagem para que a própria correnteza do Amazonas pudesse levar os sedimentos, ou seja, a criação de um canal guia para que a força do rio arrastasse e movimentasse a areia, a lama e outros materiais que se acumulam no fundo. Mas hoje, entre Ronda e Rondiña, formou-se outra pequena ilha que foi bloqueando a passagem do rio. “Isso poderia ter sido evitado”, enfatiza Posada.

O estudo foi apresentado ao Invías em 2006, com a esperança de conter o fenômeno e evitar que Leticia perdesse seu acesso ao rio Amazonas. Além da ideia de dragagem, os pesquisadores projetaram espigões. Dito em termos simples, são grandes estruturas que, localizadas em áreas estratégicas, submersas no rio, poderiam permitir o redirecionamento do fluxo sem afetar seu curso natural. Tudo isso para garantir que o braço colombiano mantivesse uma vazão constante e suficiente para preservar a navegação.

Posada afirma que a medida dos espigões teria que ser negociada com o Peru e, por isso, não recebeu teve repercussão e nunca se concretizou. Para a professora, faltaram ação institucional e políticas de desenvolvimento nesses locais isolados. “A Colômbia deu as costas aos rios”, afirma. O professor Duque concorda que não houve vontade política para enfrentar essas pressões sobre Leticia, uma cidade cuja atividade econômica, turística e social está intimamente ligada ao rio.

Os pesquisadores também veem com preocupação a proposta de construção de um paredão com uma calçada em Leticia. Da Universidade Nacional, afirmam que o Invías encomendou recentemente estudos para a execução desse projeto, com o objetivo de impulsionar o turismo. Mas os professores questionam: para que a obra, se o rio está secando? Posada acredita que o dinheiro desse investimento poderia ser usado para evitar que o Amazonas se desvie cada vez mais da cidade.

Embora o El Espectador tenha consultado repetidamente o Ministério do Transporte da Colômbia para saber sua opinião sobre o assunto, nenhuma resposta havia sido recebida até o fechamento desta edição.

A situação é muito preocupante. De acordo com projeções de um modelo elaborado pela marinha colombiana há quase dez anos, se não forem tomadas medidas, é provável que o Amazonas só chegue a Leticia durante as épocas de cheia, enquanto durante seis, sete ou até oito meses por ano, o rio não chegaria à cidade. “Esses canais, que pertencem à Colômbia, vão secar durante grande parte do ano e, para chegar ao rio Amazonas, será preciso caminhar até a ilha de Santa Rosa”, alerta Duque. Na verdade, esses efeitos já estão sendo observados.

Esses canais, que pertencem à Colômbia, vão secar durante grande parte do ano e, para chegar ao rio Amazonas, será preciso caminhar até a ilha de Santa Rosa”, disse Santiago Duque, professor da Universidade Nacional da Colômbia.

Em 2024, para chegar aos seus destinos, comerciantes e jovens estudantes da região relataram ter tido que caminhar vários quilômetros em meio ao que alguns descreveram como um “deserto”. De abril a setembro, o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (Ideam) registrou uma redução de 82% na vazão em sua estação de Nazareth, com o rio atingindo níveis mínimos inéditos. Se esse padrão se mantiver, “em cerca de 10 ou 15 anos, já não entraria mais água na Amazônia pelo lado de Leticia”, estima León.

Assim nasce uma ilha

O professor da UNAL em Palmira explica que o fluxo de água está perdendo velocidade ao passar por Nazareth e colidir com as ilhas do lado colombiano, o que, por sua vez, está facilitando a sedimentação e fazendo com que o rio passe pelo braço direito, o peruano.

Para entender melhor, a bióloga Silvia López, especialista regional em ecossistemas aquáticos continentais da WCS, faz uma analogia. “Os rios são como esteiras transportadoras que, além de água, levam energia e matéria”, diz ela.

“Enquanto têm força, eles transportam essas coisas, mas quando a perdem, eles as liberam. No caso do Amazonas, os sedimentos e materiais que vêm dos Andes vão se depositando no leito do rio. Com o tempo, esses sedimentos se acumulam e chegam a formar bancos de areia que sobressaem da superfície da água.”

Então, como explica o professor Duque, plantas e árvores começam a crescer nesses bancos, colonizando-os e formando uma ilha. Foi o que aconteceu com Santa Rosa, que começou a se formar por volta de 1970.

A professora Posada acredita que ainda é possível evitar que Leticia perca sua saída para o Amazonas. “Está na hora da Colômbia começar uma dragagem, que é a maneira mais rápida de fazer isso. Ainda podemos evitar que Leticia perca o rio Amazonas”, observa. Mas, para isso, seria necessário ajustar os estudos às condições e necessidades atuais da região. O mês ideal para a dragagem seria setembro, durante a estação seca, quando a água está em seu ponto mais baixo e o investimento é menor.

De qualquer forma, pesquisadores alertam que é importante agir imediatamente. Duque vê uma grande oportunidade para que esse tipo de assunto seja discutido, agora que se aproxima a Cúpula de Presidentes Amazônicos, que acontecerá em Bogotá, no dia 22 de agosto. “O que fazemos, a partir da ciência, é acompanhar esses processos para que as coisas sejam bem feitas, planejando-as e pensando no futuro”, enfatiza.

Da InfoAmazônia

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Redação 31/08/2025 31/08/2025
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Por Redação
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