A cheia dos rios no Amazonas já impactou diretamente cerca de 559.886 pessoas, segundo levantamento atualizado neste sábado (2). O número representa 139.976 famílias afetadas pela subida das águas em diversas regiões do estado. Os dados revelam a dimensão do fenômeno natural que se alastra pelos municípios e segue provocando transtornos, mesmo com o início do período de vazante.
Dos 62 municípios amazonenses, 43 decretaram Situação de Emergência em decorrência da cheia. Outros 12 estão em Alerta, um está em Atenção e apenas seis permanecem em condição de Normalidade. A crise hídrica atinge comunidades ribeirinhas, áreas rurais e zonas urbanas, com impacto direto sobre a moradia, transporte, abastecimento de água potável, atendimento à saúde e funcionamento de escolas.
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Embora o processo de vazante já tenha começado nas nove calhas de rios monitoradas, os efeitos da cheia continuam sendo sentidos em larga escala. A infraestrutura de muitos municípios sofreu danos significativos, afetando diretamente serviços básicos. Em ao menos quatro cidades – Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini – 453 estudantes da rede estadual tiveram o calendário escolar alterado, passando a receber aulas remotas por meio do programa “Aula em Casa”.
Na área da saúde, municípios como Apuí, Boca do Acre, Manicoré, Humaitá, Ipixuna, Guajará e Novo Aripuanã receberam kits de medicamentos para reforço dos estoques. Em Manicoré, a antiga usina de oxigênio foi substituída por um novo equipamento, com mais que o dobro da capacidade de produção. A cidade de Apuí também recebeu cilindros de oxigênio para reforçar o atendimento hospitalar.
A cheia de 2025 provocou uma mobilização de recursos logísticos, incluindo o envio de alimentos, caixas d’água, água potável e equipamentos de purificação. No entanto, mesmo com as ações emergenciais em curso, o número de pessoas impactadas continua alto, refletindo a vulnerabilidade das populações ribeirinhas e interioranas diante das variações extremas do regime hidrológico amazônico.