Uma mulher indígena denunciou ao Ministério Público do Amazonas (MPAM) que foi vítima de estupro coletivo por nove meses dentro da delegacia de Santo Antônio do Içá, no interior do estado. Segundo o depoimento da vítima, quatro policiais civis e um guarda municipal se revezaram nos abusos enquanto ela esteve presa no local, a partir de novembro de 2022. O caso está sob responsabilidade da procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque.
De acordo com o processo, a mulher foi mantida na delegacia após ser detida sob a acusação de violência doméstica contra o companheiro e também por ter um mandado de prisão por homicídio. Ela afirma ter sofrido agressões físicas, humilhações e estupros frequentes, muitas vezes com o filho recém-nascido ao lado. Em alguns momentos, relata, chegou a ser colocada na mesma cela que homens, em condições degradantes.
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“Ela sofreu agressões físicas, humilhações e estupros coletivos por cinco agentes públicos durante todo o período na delegacia”, aponta trecho do processo. O advogado da vítima, Dacimar de Souza Carneiro, afirma que os policiais agiam com cinismo e intimidação: “Os policiais diziam: ‘Aqui quem manda somos nós’”, relata o documento.
A mulher está movendo uma ação contra o Estado do Amazonas, pedindo uma indenização de R$ 500 mil. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Civil confirmaram que estão apurando as denúncias.