O município de Apuí, localizado no sul do Amazonas, volta a ser palco de uma crise ambiental grave. Denúncias recentes, acompanhadas de vídeos divulgados por moradores e ambientalistas, mostram colunas de fumaça densa se espalhando pela região, marcando o início de mais uma temporada de queimadas ilegais. As imagens revelam um cenário alarmante: vastas áreas de floresta sendo destruídas por fogo, resultado direto da grilagem e do desmatamento criminoso.
Mesmo após diversas operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) — com aplicação de multas, embargos e autuações — os responsáveis pelas infrações ambientais continuam a agir impunemente, desafiando as autoridades e colocando em risco não apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população.
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A fumaça tóxica gerada pelas queimadas ameaça alcançar grandes centros urbanos do Amazonas, incluindo a capital Manaus, onde mais de 2 milhões de pessoas podem ser expostas a altos níveis de poluição atmosférica. Crianças, idosos e portadores de doenças respiratórias são os mais vulneráveis, e especialistas já alertam para o possível aumento nas hospitalizações e mortes por problemas pulmonares, como registrado em anos anteriores.
O IBAMA reafirmou seu compromisso com a defesa da floresta e da vida, mas cobrou ação coordenada de outras esferas de poder. A entidade destacou a necessidade urgente de envolvimento do Ministério Público, do Judiciário, dos governos estadual e federal, e principalmente do Congresso Nacional, que recentemente aprovou o polêmico Projeto de Lei 2159, conhecido como “PL da Devastação”.
“O que está em curso não é apenas um crime contra a natureza. É um ataque à vida”, alerta a nota oficial do IBAMA-AM.