Entre os dias 29 e 31 de maio, o Clube Hebraica, em São Paulo, foi palco da 4ª edição do FestClubeSP — festival já consolidado como o maior celeiro de novos talentos da Música Popular Brasileira. O evento reuniu nomes consagrados da cena nacional como Zeca Baleiro e Ivo Meireles, que se apresentaram em pocket shows, além de revelar ao público uma nova geração de artistas promissores. O destaque da edição foi a cantora roraimense, porém amazonense de coração, Jéssica Stephens, que conquistou o primeiro lugar com a interpretação emocionante da canção inédita “Praia da Lua”, de Halana Amaro e Zeca Barreto.
Representando o Harmonia Tênis Clube, de São José do Rio Preto, Jéssica levou para casa o troféu de campeã, um prêmio de R$ 17 mil e ainda garantiu R$ 4 mil para o clube que representava. A artista brilhou ao dar voz a uma composição que carrega forte identidade regional e afetiva, emocionando tanto jurados quanto o público presente.
Sérgio Nabhan, presidente do Sindi Clubes SP, celebrou o sucesso da iniciativa:
“É um grande orgulho para o Sindi Clubes realizar a 4ª edição do FestClubeSP. O festival tem elevado significativamente seu nível e, desde o ano passado, ampliamos a participação de todo o Brasil, o que reforça nosso compromisso com a arte, a diversidade e o estímulo à produção musical brasileira.”
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Entrevista com Jéssica Stephens
Logo após a premiação, conversamos com Jéssica para saber mais sobre sua trajetória, o impacto da vitória e o que está por vir. Com a emoção ainda à flor da pele, ela compartilhou detalhes especiais dos bastidores.
Jéssica, como foi a sensação de vencer o FestClubeSP, o maior festival de novos talentos da MPB?
“Foi uma felicidade imensa! Vibramos muito! Eu e o Zeca Barreto, compositor de ‘Praia da Lua’, estávamos com nossas famílias lá e a primeira reação foi de um abraço coletivo, seguido de choro [risos]. Conquistar o 1º lugar em meio a tantos intérpretes e compositores maravilhosos, diante de uma banca de jurados com grandes nomes da MPB, foi um privilégio imenso. O FestClubeSP dá voz e fomenta a Música Popular Brasileira Independente. É um festival que abraça tanto artistas que estão começando agora, quanto quem já está na estrada há mais tempo.”
Você imaginava que levaria o prêmio principal ao interpretar “Praia da Lua”?
“Quando nos inscrevemos, a gente sempre sonha, claro, mas é um tiro no escuro, ainda mais porque foi o debute de ‘Praia da Lua’. Era a primeira vez apresentando a música ao público. Não sabíamos como seria a recepção, mas para nossa alegria, ela cativou tanto o público quanto os jurados. Tivemos até torcida na eliminatória e na grande final [risos]!”
Como foi a preparação para essa apresentação tão importante? Houve algum momento de insegurança ou desafio marcante?
“O Zeca mora em São José do Rio Preto e eu estava na capital de São Paulo, então gravamos a música à distância. Ensaiava todos os dias até o dia da eliminatória, quando finalmente nos encontramos para passar com a banda base. O maior desafio, pra mim, foi conciliar a vida materna com o retorno aos palcos. Tive meu primeiro filho há poucos meses e foi desafiador equilibrar os horários de amamentação, sono dele e os ensaios. Mas tudo flui melhor com um grande parceiro, e eu tenho o Rodrigo, meu marido, que me apoiou muito e me acompanhou todos os dias no festival.”
Por que escolheu interpretar “Praia da Lua”? O que essa música representa para você?
“Zeca e eu estamos fazendo essa parceria desde o começo do ano e, quando ele me mandou ‘Praia da Lua’, foi emoção e choro instantâneo. Eu sou Macuxi, nascida em Boa Vista (RR), e manauara de coração. ‘Praia da Lua’ fala das nossas praias de água doce, dos igarapés, do Rio Negro, de ver a lua imensa da janela de casa. É uma música que me conecta com a infância, com minha terra e com tudo que deixei lá. Quem é do Norte entende essa saudade. Cantar essa música me leva de volta pra casa.”
Com a vitória, Jéssica Stephens se consolida como um dos nomes a se acompanhar na cena da nova MPB. Sua interpretação carregada de emoção e identidade regional reafirma o poder da música brasileira em unir diversidade, talento e histórias que ecoam pelo país inteiro.