A vereadora de Maués, Carla Leite (PSD), foi vítima de ataques racistas nas redes sociais nos dias 24 e 25 de abril de 2025. A ofensiva, propagada por dois homens e uma mulher, levou o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Maués, a oferecer denúncia formal contra os envolvidos. O caso trouxe à tona o crescente uso das plataformas digitais como instrumentos de disseminação de ódio e preconceito.
Segundo a denúncia, os acusados utilizaram redes como Facebook e WhatsApp para divulgar mensagens ofensivas com conteúdo racista e calunioso. O perfil “Portal Mundurucania Falante”, hospedado no Facebook, foi um dos canais utilizados para veicular publicações que chamavam a parlamentar de “chimpanzé” e “macaca”, além de associá-la, sem provas, a práticas de corrupção. Uma segunda investigada publicou uma imagem comparando Carla Leite à figura de um chimpanzé, reforçando o teor discriminatório dos ataques.
LEIA TAMBÉM: Presidente da Câmara de Amaturá tem contas reprovadas
As condutas dos denunciados foram enquadradas na Lei nº 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. Já o terceiro acusado foi denunciado por injúria qualificada, por ofensas direcionadas à vereadora no exercício de sua função pública, sem conteúdo racial, com base no artigo 140 do Código Penal.
O promotor de Justiça responsável pelo caso, Caio Lúcio Fenelon Assis Barros, destacou a gravidade do ocorrido. “A injúria racial representa uma das formas mais perversas de violência simbólica, que atinge a dignidade humana em sua raiz. O Ministério Público tem o dever constitucional de atuar com firmeza contra esses crimes, sobretudo quando tentam se normalizar em espaços públicos e digitais”, afirmou.
A investigação contou com provas reunidas pela delegacia de Maués, incluindo registros das publicações, depoimentos de testemunhas e dados fornecidos pela empresa Meta, responsável pelas plataformas envolvidas. A denúncia agora segue para análise do Poder Judiciário.
O MPAM reforça que crimes de ódio, como os registrados contra a vereadora de Maués, não serão tolerados e serão enfrentados com rigor, como parte do compromisso com a promoção da igualdade e a proteção dos direitos humanos.