A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta segunda-feira (2), o recolhimento de três marcas de bebida sabor café após identificar irregularidades graves. A decisão afeta diretamente o mercado dos chamados “Café Fake”, produtos que imitam o café tradicional, mas usam ingredientes inadequados e até perigosos para a saúde.
A proibição atinge as seguintes marcas:
- Pó para Preparo de Bebida Sabor Café – Master Blends Indústria de Alimentos Ltda.
- Marca Melissa Tradicional – D M Alimentos Ltda.
- Marca Pingo Preto – Jurerê Caffe Comércio de Alimentos Ltda.
De acordo com a Anvisa, os produtos continham matéria-prima contaminada com ocratoxina A, uma micotoxina tóxica produzida por fungos, além de resíduos e cascas de café apresentados falsamente como café torrado e moído.
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A inspeção, realizada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), constatou ainda falhas graves nas boas práticas de fabricação, comprometendo a qualidade e a segurança do produto final do produto chamado popularmente de ‘Café Fake’. Os rótulos traziam informações enganosas, que poderiam induzir o consumidor a acreditar que estava adquirindo café puro.
A Anvisa reforça que os produtos não devem ser consumidos e devem ser recolhidos imediatamente pelas empresas responsáveis. O surgimento de “café fake” tem crescido desde o aumento no preço do café tradicional, alertando para a necessidade de maior fiscalização e atenção do consumidor.
Café Tradicional
A categoria Tradicional aceita uma quantidade de imperfeições na produção na ordem de 30%, isso significa que quase um terço do peso de uma embalagem de café desta categorial está com grãos fermentados indesejavelmente, verdes, passados (pretos). Caso não haja garantia de pureza, pode haver cascas, folhas e gravetos torrados no produto – por isso a coloração tão escura e o gosto tão amargo ser característico deste tipo de produção. É uma forma de mascarar essas condições do produto!
É importante enfatizar que os problemas destas imperfeições vão muito além do sabor do café. Como é habitual do brasileiro o consumo do “cafezinho”, há riscos para a saúde, como consumir qualquer outro produto de origem suspeita ou com imperfeições. As gastrites e úlceras, muitas vezes associadas ao consumo de café nada mais são que consequências da insuficiência dos mecanismos de defesa de nosso corpo ao tentar “vencer” os agentes externos que consumimos. Ou seja, não necessariamente estamos falando do café em si, mas sim de sua qualidade.
Diversos estudos mostram benefícios ao se consumir café. Seus principais ácidos fenólicos possuem ação antioxidante e auxiliam no aumento do nível de HDL, o chamado bom colesterol. Assim como auxilia na diminuição dos níveis da proteína beta-amiloide que, em grande quantidade, se deposita ao redor e no interior dos neurônios provocando perda significativa da memória – associada a Doença de Alzheimer.