Abastecer um tanque de 55 litros com gasolina comum consumiu, em média, 5,8% da renda domiciliar mensal das famÃlias brasileiras no primeiro trimestre de 2025. Os números fazem parte da nova edição do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Os resultados do Indicador de Poder de Compra foram divulgados nesta segunda-feira (16/06) e evidenciaram desigualdades regionais importantes, especialmente em termos da renda e do poder aquisitivo das famÃlias. Em relação à média nacional (5,8%), por exemplo, a proporção da renda domiciliar mensal necessária para custear o mesmo volume de gasolina nas capitais foi comparativamente menor (3,9%). Importante ressaltar que o consumo de combustÃvel também pode ser maior nos grandes centros urbanos, o que pode acabar neutralizando essa vantagem na esfera da renda.
Os resultados também mostram desigualdades regionais: enquanto esse gasto representa 4,8% da renda no Sudeste e 5,0% no Sul e Centro-Oeste, ele chega a 8,0% no Norte e 9,2%, na região Nordeste do paÃs. Entre os estados, as diferenças opuseram, de um lado Distrito Federal (3,3%), São Paulo (4,4%), Santa Catarina (4,7%), Rio Grande do Sul (4,9%) e Rio de Janeiro (4,9%), por um lado, e Maranhão (10,8%), Acre (10,7%), Ceará (10,1%), Bahia (9,6%) e Alagoas (9,5%), de outro.
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Queda nos preços em todos os combustÃveis
Em relação aos números de abril, o estudo apontou queda nos preços médios de todos os seis combustÃveis analisado em maio, com destaque para o barateamento do diesel comum e do diesel S-10 (ambos com -2,5%), seguidos pelas quedas de preço da gasolina aditivada (-0,6%), gasolina comum (-0,5%), etanol e GNV (ambos com -0,3%).
No acumulado de 2025 (até maio), quatro dos seis combustÃveis apresentaram elevações nos respectivos preços médios nacionais, com destaque para etanol (+5,1%), à frente da gasolina comum (+2,4%), gasolina aditivada (+2,1%) e GNV (+1,1%). Já os preços do diesel comum e do S-10 seguem praticamente estáveis no ano (+0,03%).
Já em 12 meses (ou seja, em comparação a maio de 2024), todos os combustÃveis seguem mais caros nos postos, sendo os maiores aumentos de preço registrados no abastecimento com etanol (+12,7%), gasolina comum (+7,4%) e gasolina aditivada (+7,2%), diesel comum e diesel S-10 (ambos com +3,3%), além de GNV (+1,1%).
De acordo com o levantamento, a gasolina comum teve preço médio nacional de R$ 6,363 em maio. As maiores médias foram encontradas no Norte (R$ 6,767) e Sul (R$ 6,467). Apenas o Centro-Oeste registrou alta regional no mês (+0,7%).
O etanol foi comercializado a R$ 4,374, com destaque para os preços no Norte (R$ 5,280) e Nordeste (R$ 4,916). Em relação a abril, as maiores quedas de preço ocorreram no Sudeste (-0,9%) e Sul (-0,7%).
Já o diesel S-10 foi comercializado pelo preço médio de R$ 6,217 por litro em maio, contando com retrações nos preços praticados em todas as regiões brasileiras, especialmente no Sul (-3,2%) e Centro-Oeste (-2,9%).
Gasolina x Etanol
De acordo com o Indicador de Custo-BenefÃcio Flex, em maio de 2025, o preço médio do etanol correspondeu a 72,3% do valor da gasolina comum no cenário nacional e 72,9% na média das capitais, o que, considerando o rendimento dos combustÃveis, favoreceu a escolha pela gasolina em diversas regiões.
Como ambos os percentuais superam o patamar de 70% — considerado o ponto de equilÃbrio em termos de rendimento para veÃculos flex —, a gasolina comum tende a apresentar ligeira vantagem econômica no abastecimento.
Ainda assim, há importantes variações regionais. Estados como Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná continuam apresentando condições favoráveis ao etanol, mantendo a competitividade desse combustÃvel nesses mercados.