A taxa de desemprego no Amazonas apresentou crescimento e chegou a 10,1% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ranking nacional o Amazonas só ficou atrás de Pernambuco, que soma 11,6%, e do Piauí, que apresenta taxa de desemprego de 10,2%. Apesar disso, o nível de ocupação cresceu levemente, alcançando 55,7% no início de 2025, enquanto a taxa de participação na força de trabalho aumentou para 61,9%, indicando maior inserção da população no mercado.
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O número de pessoas ocupadas subiu de 1.741 mil para 1.843 mil ,no período, embora com menor ritmo de crescimento. Já os desocupados passaram de 189 mil para 206 mil, refletindo a elevação do desemprego. Por outro lado, a massa de rendimento e o rendimento médio dos ocupados cresceram; o número de empregados com carteira assinada também aumentou, sugerindo avanços na formalização do trabalho, apesar de a taxa de informalidade ainda ser alta: 53,3% — a quarta maior do país.
Destaques
Setorialmente, houve crescimento na ocupação industrial, que passou de 196 mil para 237 mil trabalhadores entre os primeiros trimestres de 2024 e 2025, além de ganhos no Comércio, Construção e Administração Pública.
Com 982 mil pessoas em situação de informalidade, o Amazonas ocupa o segundo lugar na região Norte, atrás apenas do Pará.
Nível de Ocupação
O nível de ocupação no Amazonas, que é o percentual de pessoas ocupadas em relação a população em idade de trabalhar (pessoas de 14 anos ou mais), também mostrou mudanças, embora menos acentuadas. Em jan-fev-mar/2024, o nível de ocupação foi de 54,1%. Esse valor subiu para 55,6% em out-nov-dez/2024 e continuou a crescer ligeiramente para 55,7% em jan-fev-mar/2025. Assim, observa-se um leve aumento no nível de ocupação ao longo dos trimestres. .
Rendimento médio mensal dos ocupados
O rendimento médio mensal real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no Amazonas apresentou um aumento constante ao longo dos trimestres. Houve um leve aumento de R$ 37 ,do primeiro trimestre de 2024 para o último trimestre de 2024, e um novo aumento de R$ 27 para o primeiro trimestre de 2025. No geral, o rendimento médio aumentou em R$ 64 entre jan-fev-mar/2024 e jan-fev-mar/2025.

Analisando a “Massa de rendimento mensal real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas, em milhões de reais”, no Estado do Amazonas, observa-se um aumento consistente ao longo dos trimestres. Em jan-fev-mar/2024 a massa de rendimento era de R$ 3,9 milhões. Esse valor subiu para R$ 4,2 milhões em out-nov-dez/2024, e novamente para R$ 4,3 milhões em jan-fev-mar/2025. Houve um aumento de R$ 288 milhões entre o primeiro trimestre de 2024 e o trimestre final de 2024, seguido por um novo aumento de R$ 80 milhões no primeiro trimestre de 2025. No geral, a massa de rendimento aumentou em R$ 368 milhões entre jan-fev-mar/2024 e jan-fev-mar/2025.

Taxa de Informalidade
No primeiro trimestre de 2025, a taxa de informalidade no Amazonas foi de 53,3%, uma das mais altas do país, ocupando a quarta posição entre os estados com maior proporção de trabalhadores informais. Apenas Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) apresentaram taxas superiores. Em contraste, os estados com as menores taxas de informalidade foram Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%), São Paulo (29,3%), Mato Grosso do Sul (30,5%) e Rio Grande do Sul (31,2%). A taxa do Amazonas é mais que o dobro da observada em Santa Catarina, evidenciando uma forte presença do trabalho informal no estado, o que indica fragilidade nas relações formais de trabalho e menor acesso a direitos trabalhistas e previdenciários para grande parte da população ocupada, realidade comum na região Norte e também presente em boa parte do Nordeste.
Sobre a PNAD Contínua Trimestral
A PNAD Contínua Trimestralé a versão trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), um levantamento estatístico contínuo conduzido pelo IBGE.Este estudo visa fornecer dados detalhados sobre o mercado de trabalho, como desemprego, taxa de atividade e renda, além de outros indicadores socioeconômicos.
A PNAD Contínua é uma pesquisa contínua, ou seja, os dados são coletados mensalmente e divulgados trimestralmente. Essa metodologia permite a análise de tendências e mudanças no mercado de trabalho ao longo do tempo.