Dados inéditos divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 7% da população do Amazonas possui algum tipo de deficiência, percentual que supera a média da Região Norte, de 2%, e se aproxima da média nacional, que é de 7,2%. A pesquisa faz parte do Censo Demográfico 2022, na edição voltada para Pessoas com Deficiência (PCDs) e aquelas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O estado ocupa a 18ª posição entre as unidades da federação quanto à proporção de pessoas com deficiência. Alagoas lidera o ranking com 9,6%, seguido por Piauí (9,3%), Ceará e Pernambuco (ambos com 8,9%). Na outra ponta, Roraima apresenta o menor índice, com 5,6%.
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No Amazonas e na Região Norte, a realidade das PCDs é marcada por desigualdade no acesso à educação. Enquanto o analfabetismo atinge 22,9% dessa população, o índice cai para 6,4% entre pessoas sem deficiência. A maioria dos PCDs na região tem até o Ensino Fundamental incompleto (63,8%), em contraste com 36,5% da população geral. Apenas 6,7% das pessoas com deficiência possuem Ensino Superior completo, menos da metade do índice observado entre os demais (15,2%).
O levantamento também traz, pela primeira vez, dados sobre o Transtorno do Espectro Autista. Na Região Norte, 1,2% da população foi diagnosticada com TEA, sendo 1,5% homens e 0,9% mulheres. Em todo o país, o Censo identificou 2,4 milhões de pessoas com autismo, com maior prevalência entre crianças de 5 a 9 anos (2,6%).
Um dado que chama atenção é a taxa de escolarização entre pessoas com autismo: 36,9%, acima da média da população geral (24,3%). Entre os homens autistas, 44,2% estão estudando, enquanto entre as mulheres com TEA o percentual é de 26,9%.
Os dados revelam não apenas o tamanho da população com deficiência no Amazonas e no Brasil, mas também os desafios estruturais enfrentados por esse grupo em áreas essenciais como a educação, além de destacarem a importância de políticas públicas mais eficazes e inclusivas.