A Polícia Civil do Amazonas prendeu na manhã desta terça-feira (28) em Manaus Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico”, após cinco meses foragida da Justiça. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) no estado. A prisão foi realizada em cumprimento a um mandado expedido em janeiro.
Luciane foi condenada por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, conforme apontam os autos do processo. Além disso, a Polícia Civil informou que ela também foi detida em razão de uma nova investigação relacionada à atuação de facções criminosas na região Norte.
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A captura da “dama do tráfico” representa um avanço nas ações de repressão ao crime organizado no Amazonas. Mais detalhes sobre a prisão de Luciane Barbosa Farias serão passadas em coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira, 29 de maio.
Sobre a ‘Dama do Tráfico’
Luciane Barbosa Farias, conhecida nacionalmente como a “Dama do Tráfico”, final de 2023, quando reportagens revelaram sua presença em eventos oficiais do governo federal em Brasília. Ela foi fotografada no Ministério da Justiça, à época comandado por Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e também participou de agendas no Ministério dos Direitos Humanos, liderado por Silvio Almeida. Durante essas visitas, se apresentava como representante do Instituto Liberdade do Amazonas, entidade que atua na defesa dos direitos de presos. Nos autos da condenação, a Justiça comprovou que ela auxiliava o marido, Clemilson dos Santos Farias (“Tio Patinhas”), líder do CV no estado, a lavar dinheiro proveniente do tráfico.
A presença de uma criminosa condenada em ambientes institucionais gerou forte constrangimento ao governo federal. Em resposta à repercussão, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva modificou os protocolos de acesso ao Palácio da Justiça, endurecendo os critérios de entrada e implementando checagens rigorosas de antecedentes dos visitantes. O caso expôs fragilidades no sistema de controle de acesso a prédios públicos e acendeu o alerta sobre a infiltração de membros do crime organizado em espaços oficiais.