Na semana em que a população foi às ruas protestar contra a mudança no itinerários dos ônibus em Manaus, a Prefeitura resolveu convocar 320 classificados no processo para licenciar o transporte coletivo complementar, popularmente chamado de “amarelinhos” ou alternativos pelos usuários do sistema. Ao mesmo tempo, a Justiça decretou as prisões de três pessoas suspeitas de fazer uso político dos problemas no sistema para organizar baderna nas ruas.
De acordo com o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), o processo tenta modernizar, organizar e monitorar as linhas e os detentores do licenciamento, visto que esse modal tem sido alvo de críticas por parte dos passageiros, tanto pela demora, quanto pelo estado de má conservação dos veículos, e despreparo dos condutores.
A assinatura dos contratos será realizada entre os dias 5 e 13 de junho, no auditório da sede do IMMU, situado na sede do IMMU. A Prefeitura está exigindo certidões negativas da Justiça, comprovantes de regularidade fiscal com as fazendas estadual, municipal e federal, além de outros documentos listados pelo órgão.
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A entrega da documentação deve ser feita presencialmente até o dia 30, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, no setor de atendimento ao público do IMMU, localizado na avenida Urucará, nº 1.180, bairro Cachoeirinha, zona Sul de Manaus.
Confusão e prisões
Na última segunda-feira (12), um protesto na avenida Torquato Tapajós, na Zona Norte de Manaus, acabou em confronto entre manifestantes e a polícia. Dois dias depois, a Justiça ordenou as prisões preventivas de Ivanilde Daltro dos Santos, Wanderson Mendes Ferreira e Patrícia Carvalho Rodrigues, identificados pela Polícia Militar como líderes da ação que fechou a avenida, colocou fogo em pneus e cometeu suposto desacato.
Os manifestantes alegaram que a mudança no itinerário de várias linhas aos finais de semana prejudicou o deslocamento de quem utiliza o sistema de transporte público. Policiais da Delegacia Interativa 20º DIP tiveram de usar força para retirar o grupo da via e liberar o trânsito.

De acordo com o juiz Fábio Lopes Alfaia, baseado em um pedido do Ministério Público, a ação foi na verdade um ato político contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). No local do protesto a PM identificou encapuzados e pessoas armadas.
Uma criança chegou a ser ferida e dezenas de passageiros foram obrigados a deixar os coletivos mediante ameaça. De acordo com o MP, Wanderson, que chegou a ser suplente de vereador em Manaus pelo partido Podemos, liderou o protesto violento junto a Ivanilde Daltro e Patrícia Carvalho.