Reportagem do site Intercept Brasil traz a história do piloto Carlos Bertozzo, de 33 anos, investigado pela Polícia Federal (PF) e denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de fazer parte de uma organização criminosa que transportava drogas da Bolívia para o Brasil. Ele atualmente ocupa um cargo de assessor parlamentar na Câmara dos Deputados recebendo um salário de R$18,7 mil.
A defesa de Carlos Bertozzo afirmou à reportagem do Intercept que houve um “reconhecimento parcial” da absolvição dele em primeira instância e que o processo seguirá para o grau de recurso.
O piloto está nomeado no gabinete do deputado federal Euclydes Pettersen, do Republicanos de Minas Gerais, que seria membro da apelidada ‘bancada do garimpo’. Quando foi contratado como secretário parlamentar, em maio de 2023, Bertozzo já possuía passagem prisional, salienta o Intercept.
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A matéria assinada pelo jornalista Talys Alcântara relata que o piloto foi preso preventivamente em fevereiro de 2020, sob a acusação de tráfico e associação para o tráfico transnacional de drogas, mas conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade em abril de 2022. Relatórios da Polícia Federal apontariam que o homem pilotava para traficantes investigados nas operações Voo Baixo e Narcos.
Ele teria transportado mais de uma tonelada de cocaína em voos para Biritiba Mirim e Campinas, em São Paulo, conforme a PF. No Amazonas, o piloto teria a função de coletar fardos de entorpecentes em uma pista clandestina de Novo Aripuanã e levar o produto para São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus.
Procurado pelo Intercept Brasil, Pettersen defendeu que a contratação de Bertozzo foi realizada com base em sua experiência e competência. O deputado pontuou que o processo contra o piloto por suspeita de envolvimento com o tráfico não foi concluído e ele tem o direito de exercer sua profissão enquanto busca provar sua inocência.