Desenvolvido em Manaus, o aplicativo Tree Earth foi escolhido por alunos de mestrado da Universidade do Minho, em Portugal, para o projeto de reflorestamento do campus universitário de Azurém, sediado em Guimarães. A cidade portuguesa acabou de ser eleita a Capital Verde Europeia 2026.
O projeto está sendo coordenado pelo professor doutor Rui Lima em conjunto com seis alunos do curso de Mestrado em Engenharia de Gestão de Operações (Mego). “O objetivo dos estudantes é catalogar as árvores existentes no campus e, posteriormente, desenvolver um plano de reflorestação”, explicou.
Focado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o trabalho tem uma abordagem que envolve professores, alunos e diversos parceiros, incluindo a startup amazonense Tree Earth, uma climatech especializada em ações de plantios para recuperar áreas degradadas na Amazônia, Cerrado e Pantanal.
Dos 17 ODS, a iniciativa portuguesa engloba o ODS 7, de Energias Renováveis; ODS 9, de Inovação e Infraestruturas; ODS 11, de Cidades e Comunidades Sustentáveis); ODS 12, de Produção e Consumo Sustentáveis; ODS 13, de Combate às Alterações Climáticas; e o ODS 15, de Ecossistemas terrestres e biodiversidade.
Para o CEO da Tree Earth, Vicente Tino, a iniciativa coloca a Amazônia e o Amazonas no radar de grandes universidades europeias, que podem contribuir com as ações de recuperação de áreas degradadas. “Estas iniciativas podem acontecer tanto lá quanto aqui, onde já temos conseguido atrair parceiros para esta nossa meta ambiental de frear a degradação da floresta a partir do plantio de novas árvores”, afirmou.
A Tree Earth é uma startup nascida em Manaus, com um braço em Portugal. A empresa é uma spin-off da TecMinho, da Universidade do Minho, e tem parcerias internacionais, como o Pacto Global Brasil, da ONU, além de atuação junto a parceiros da iniciativa privada, institutos de pesquisa e órgãos públicos.
“Engrenagem verde”
O projeto tem potencial para contribuir com o Projeto Guimarães + Verde e o objetivo da cidade ser NET Zero até 2030. “Nosso projeto está bem alinhado com os objetivos da cidade de aumentar as áreas verdes e promover a sustentabilidade ambiental”, explica Rui Lima.
O trabalho de reflorestar o campus universitário, de acordo com os mentores do projeto português, contribui para absorver a emissão de gases de efeito estufa. Com isso, o ganho para a cidade de Guimarães é substancial.
O plano foca na redução de emissões de carbono, aumento da eficiência energética e promoção de práticas sustentáveis.
Atualmente, o grupo está em busca de financiamento para garantir a viabilidade do projeto de impacto positivo na sociedade e no ambiente. Além disso, estão em planejamento o fomento de eventos de compensação de carbono, o incentivo ao uso de “bilhetes verdes” e até mesmo uma Green Week em Guimarães.
Capital Verde
Guimarães, onde está localizada a Universidade do Minho, concorria com a alemã Heilbronn e a austríaca Klagenfurt. A cidade portuguesa se destacou nas áreas de qualidade do ar, ruído, água, biodiversidade, áreas verdes e uso do solo, resíduos e economia circular, entre outras.
Há mais de dez anos, a cidade portuguesa tem se dedicado ao trabalho na transição climática. A Capital Verde da Europa está envolvida em vários projetos ligados ao solo, oceanos e alterações do clima.
Startup verde
A startup Tree Earth é a desenvolvedora do aplicativo de mesmo nome, que permite aos usuários acompanhar, pelo celular, o crescimento de árvores em projetos de reflorestamento.
Entre as empresas parceiras estão Samsung, Caloi, Michelin, Atem, Fazenda Aruanã, entre outras. Com expedições educativas por meio do Barco Escola, a startup também já realizou plantios com o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região e Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Neste ano, a Tree Earth venceu o Prêmio Juízo Verde 2024, do CNJ, na modalidade Boas Práticas do Poder Judiciário.
Como parte do projeto Egalitarian, estudantes e professores de engenharia da Universidade de Aalborg, da Dinamarca, da Universidade do Minho, de Portugal, da Universidade Saxion, dos Países Baixos, e da Universidade de Brasília (UnB) compensaram a emissão de gás carbônico de viagens de avião, ao Brasil, realizando o plantio de 173 árvores com a Tree Earth.