Em meio à estiagem que já afeta mais de 250 mil pessoas no Amazonas, o governador Wilson Lima defendeu, mais uma vez, o fim do isolamento da região com a pavimentação da BR-319 (rodovia que liga Manaus a Porto Velho). Ele disse que o governo estadual tem disponibilidade em cumprir todas as condicionantes ambientais necessárias para a execução segura da obra. Durante entrevista à CNN Brasil, o governador também avaliou o cenário da seca na região e deu detalhes sobre os trabalhos, no combate às queimadas.
“Não dá para o governo construir uma história de protetor da Amazônia colocando a população do Amazonas de joelhos. Nós estamos dispostos a atender a todas as condicionantes ambientais. Se é para colocar chip no carro que sai do Careiro até Porto Velho, não tem problema. Se é para colocar portal, câmera, balança para pesar carros, tudo isso o Governo do Estado está disposto a fazer”, disse o governador, ao ser questionado sobre os desafios ambientais ligados à BR-319.
Segundo o governador, a recuperação da rodovia é um pedido do povo do Amazonas para sair do isolamento, principalmente no período de estiagem, que compromete a navegação e, consequentemente, a chegada de insumos para a indústria e comércio. Para ele, a rodovia seria uma alternativa para minimizar os impactos da seca.
“Nós tivemos uma série de episódios que mostraram que a BR-319 é importante para o nosso povo. Agora, por exemplo, nós corremos o risco de ter um desabastecimento muito grande no comércio. No ano passado, nós tivemos entre 25% e 30% de desabastecimento no estado do Amazonas e a BR-319 seria agora a nossa salvação”, acrescentou Wilson Lima.
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Durante a entrevista, Wilson citou, ainda, o trabalho executado pelo Governo do Amazonas, desde o início do ano, para alertar sobre os impactos da estiagem. Ele pontuou reuniões com diversos setores da economia, tais como indústria, comércio, instituições e empresas que tratam de serviços essenciais.
Sobre as ações humanitárias, Wilson Lima ressaltou o envio de 30 mil cestas básicas para municípios de três calhas de maior nível crítico dos rios Purus, Juruá e Solimões, além de entrega de caixas d’água e sistemas de purificadores de água do projeto Água Boa. O governador também destacou discussões com o Governo Federal para dar início ao processo de dragagem em trechos essenciais para a navegação.
Em relação às queimadas, o governador do Amazonas reforçou o trabalho das equipes em campo com 400 homens, sendo 300 do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), para combater os focos de incêndio em municípios do sul do estado, área que concentra a maior parte das queimadas.