Em um cenário em que a tecnologia avança constantemente no setor financeiro, criminosos têm se adaptado e encontrado novas maneiras de burlar a segurança dos brasileiros. Recentemente, o que vem chamando a atenção é o “golpe do Pix errado”, uma fraude que se aproveita do Mecanismo Especial de Devolução (MED) instituído pelo Banco Central para reintegrar valores em casos de fraudes.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu um alerta sobre essa nova modalidade de crime. Segundo a entidade, os golpistas utilizam métodos variados para obter o número de celular das vítimas, que frequentemente também serve como chave para transações via Pix. Esses dados podem ser coletados a partir de cadastros em sites ou ainda por meio de pesquisas em redes sociais.
O modus operandi se dá da seguinte forma: após realizar uma transferência de um valor para a conta da vítima, o criminoso estabelece contato por meio de uma ligação ou mensagem instantânea, alegando que o Pix foi feito de forma equivocada e solicitando a devolução do montante. Ao verificar sua conta, a vítima confirma que o dinheiro realmente foi creditado.
No entanto, a situação se complica. Ao invés de informar a mesma chave do Pix que recebeu o valor, o golpista fornece uma chave de uma conta diferente. Após a devolução, o criminoso aciona o MED, argumentando ter sido também enganado. O processo então leva os bancos a investigarem a transação. Uma vez que a devolução foi feita para uma conta que não era a original, as instituições financeiras entendem que se trata de um golpe, permitindo que o criminoso saque o valor devolvido, enquanto a vítima arca com as perdas financeiras.
José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, enfatiza a importância dos cuidados ao receber pedidos de estorno de transações via Pix: “Sempre que receber um pedido de devolução, o cliente deve garantir que o valor retornado é enviado à conta original da transação. O ideal é acessar o aplicativo bancário e utilizar a funcionalidade específica de devolução”, alerta. “Nunca, em hipótese alguma, envie o estorno para uma nova chave Pix. Em caso de dúvidas, entre em contato com seu banco.”
Os números alarmantes mostram a gravidade do cenário: segundo a ACI Worldwide, só em 2023, criminosos conseguiram desviar cerca de R$ 1,5 bilhão em fraudes diversas.
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Orientações para evitar o Golpe do Pix Errado
- Acesse a área Pix do seu banco.
- Navegue até a seção de extratos e clique na opção “Devolver”.
- Realize a devolução diretamente para quem enviou o Pix originalmente.
Por fim, a Febraban recomenda que os usuários tenham atenção redobrada com a exposição de dados pessoais em redes sociais, evitem fornecer informações em promoções duvidosas por e-mail e fiquem alertas a mensagens suspeitas em aplicativos de mensagem.
As fraudes digitais estão em evolução, e a melhor defesa contra esses golpes é sempre a informação e a prudência.