O Brasil deve assumir maior protagonismo como fabricante de produtos do mercado de energia solar, avalia o diretor-geral da Livoltek Brasil, Thiago Varanda. A multinacional chinesa iniciou operações na Zona Franca de Manaus, com um evento de inauguração para autoridades e empresários do setor, nesta quarta-feira (26/07). É a primeira fábrica a produzir inversores fotovoltaicos no país.
Pertencente ao Hexing Group, a Livoltek fez um investimento de R$70 milhões para as operações na capital do Amazonas, onde o sol se mantém diariamente a uma temperatura média de 30 graus. Além dos inversores, a nova planta industrial da multinacional chinesa também vai produzir baterias de lítio e carregadores de veículos elétricos.
“As expectativas são as melhores. A gente entende que o Brasil já vive um protagonismo ao que tem de energias renováveis, principalmente energia solar, mas a gente participava de um protagonismo no qual éramos os consumidores nos equipamentos. A Livoltek veio trazer uma nova referência ao mercado onde assumiremos um protagonismo de fabricante”, enfatizou Varanda.
Em Manaus, a Livoltek está localizada na Avenida Guaruba, 585, no bairro Distrito Industrial, na zona sul de Manaus. O complexo industrial possui 18 mil m² e vai abrir 600 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos, contribuindo para a expansão do segmento fotovoltaico nacional e latino-americano.
“Temos uma geração de empregos significativa de um ponto de vista de pessoas no Brasil inteiro. É uma expansão significativa do setor solar com o posicionamento da primeira fábrica de inversores do país. Isso de fato é um marco no setor e também no setor da mobilidade elétrica, trazendo a primeira fábrica da região da Zona Franca, focada em mobilidade elétrica”, destacou Vinicio Carrara, diretor de Mobilidade Elétrica da Livoltek.
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O Brasil chegou a sexta posição entre os maiores produtores de energia solar e, no ano passado, o setor movimentou R$5,6 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Em 2023, os lucros do mercado de energia solar cresceram 49%.
“Construiremos os equipamentos para o mercado brasileiro, nesse primeiro momento, mas nosso interesse é em toda a América Latina, a partir do Amazonas. Manaus já vem na vanguarda de industrialização há muitos anos, e a gente consegue ter uma cadeia de fornecedores de matérias primas também muito consolidada”, disse o diretor-geral da Livoltek.
Conforme a Livoltek, nesse primeiro momento, para iniciar a produção, estão sendo importados apenas as carrocerias e os chips – que não são fabricados no Brasil – e alguns outros componentes eletrônicos, mas as PCBs (do inglês Printed Circuit Board ou Placa de Circuito Impresso) serão produzidas em solo nacional. “O grupo tem outra fábrica em Fortaleza que produz medidores de energia e medidores de água. A ideia é usar essas bases que o grupo já tem em Fortaleza e em Curitiba para a distribuição nacional”, disse o Diretor Comercial, Matheus Gomes.
Além de abastecer o mercado local brasileiro, a estratégia da Livoltek é atender os países vizinhos como Argentina, Colômbia, Paraguai e Peru e, no futuro, avaliar a exportação para a Europa.
Gigante do setor de energia solar, a multinacional também é referência na produção de inversores on-grid, off-grid e híbridos, com comunicação IoT e plataformas em nuvem para monitoramento remoto. Com sede na China, a empresa possui fábricas na Indonésia e na África, além de contar com operações na Europa.
Na capital do Amazonas, a empresa iniciará suas atividades com a produção de inversores string e híbridos. A expectativa é oferecer inversores fabricados no Brasil ao mesmo custo dos importados à medida em que as etapas produtivas forem sendo nacionalizadas.
De acordo com Rui Cheng, CEO do Grupo Hexing Brasil, a missão da empresa é ajudar os clientes a desenvolverem seus negócios para ampliarem suas oportunidades e serem os melhores do mercado. A Hexing é a holding fundada em 1992 que detém as marcas Livoltek e Eletra Energy, maior fabricante brasileira de medidores eletrônicos.