O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 23 milhões, na linha BNDES Finame Direto, para a Mil Madeiras Preciosas, empresa especializada em manejo sustentável de mata nativa. O empréstimo poderá ser usado para aquisição de máquinas, equipamentos e sistemas industriais de fabricação nacional ou no capital de giro.
A Mil Madeiras atua há quase 30 anos nas zonas rurais dos municípios de Itacoatiara, Silves e Itapiranga, no Amazonas. Com o novo maquinário, planeja modernizar os processos de manejo madeireiro.
“Para o BNDES, a área de restauro e manejo florestal é estratégica. Estamos empenhados em apoiar, fomentar e identificar os gargalos da cadeia produtiva voltada à economia da floresta”, afirmou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello. Ela apontou ainda que o fomento ao manejo sustentável e certificado se soma a uma série de ações do Banco, como projetos de restauração ecológica, investimentos em parques e florestas, e iniciativas de combate ao desmatamento.
O apoio à conservação e ao manejo de florestas nativas é uma das prioridades estratégicas do BNDES pela capacidade de gerar benefícios relacionados à maior captura de carbono, manutenção da biodiversidade brasileira e geração de trabalho e renda. A concessão de crédito faz parte da atuação do Banco para o desenvolvimento do setor florestal, ainda em crescimento no país.
Manejo florestal sustentável
Na atividade, a extração da madeira é realizada a partir de um conjunto de técnicas de exploração de baixo impacto ambiental, que reproduzem o ciclo natural da floresta. Os métodos usados mantêm a biodiversidade, produtividade e capacidade de regeneração da floresta.
A madeira é extraída de acordo com um sistema de rodízio no qual cada área é explorada em um período diferente. Isso garante o tempo necessário para que a vegetação se recomponha naturalmente. Na Mil Madeiras Preciosas, mais de 70 espécies de vegetação nativa compõem a área de 470 mil hectares de propriedade da empresa. A quantidade de madeira colhida obedece a limites estabelecidos pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), vinculado ao governo estadual amazonense, e atende a recomendações das comunidades científicas nacional e internacional.
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João Cruz, diretor-geral da Mil Madeiras, esclarece que o uso sustentável da floresta no longo prazo exige que a área explorada permaneça intocada por um período de 30 a 35 anos. Destaca ainda que isso permite a regeneração da mata e, por isso, a operação da empresa é complexa.
A Mil Madeiras é duplamente certificada para o manejo na floresta amazônica. Em 1997, recebeu o selo de certificação FSC (Forest Stewardship Council). Já em 2017 obteve o certificado do PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes). As certificações atestam que os processos conduzidos pela empresa são feitos de maneira economicamente viável, ecologicamente correta e socialmente justa.