O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) concluiu um projeto, após um ano de pesquisas, voltado para a segurança cibernética em ambientes domésticos. O foco principal foi o desenvolvimento de novos sistemas de monitoramento de tráfego de dados para fortalecer a segurança em dispositivos de Internet das Coisas (IoT) utilizados em residências.
“Com o aumento da conectividade nas residências, é comum encontrar uma variedade de dispositivos conectados a um único roteador de internet. Embora grandes empresas demonstrem preocupação com a segurança desses dispositivos, ainda existem fabricantes que não adotam medidas de segurança adequadas.
Isso resulta em softwares desatualizados com vulnerabilidades conhecidas, o uso das mesmas credenciais de acesso para todos os dispositivos e a falta de cuidado no envio de dados sigilosos e privados, como imagens de câmeras de segurança. ”, afirma Francisco Lopes de Caldas Filho, especialista do INDT.
Dispositivos inteligentes estão se tornando itens essenciais no dia a dia, conectando-se à internet para proporcionar conveniência e funcionalidade a milhões de lares ao redor do mundo.
Essa categoria abrange desde tecnologias de ponta, como assistentes de voz inteligentes, relógios inteligentes com capacidade de monitorar o sono, quantidade de passos e batimentos cardíacos, câmeras de segurança com reconhecimento facial, até itens domésticos comuns, como geladeiras, lâmpadas e campainhas.
“No entanto, ao contrário dos dispositivos domésticos convencionais, os dispositivos inteligentes exigem mais do que simplesmente serem energizados para funcionar corretamente, eles precisam de conectividade com a internet, o que abre uma possibilidade imensa de troca de informações que os possibilitam “inteligentes”, mas também abre uma infinidade de fragilidades de segurança dos dados trafegados. Os usuários precisam adotar medidas proativas para garantir a segurança desses dispositivos, especialmente em um cenário em que a cibersegurança é uma preocupação crescente.”
Mais segurança com menos vulnerabilidade
Um dos problemas identificados durante a pesquisa foi o uso de senhas padrão em dispositivos de segurança, como câmeras, que podem resultar em vazamento de imagens para a internet. Isso é agravado pela existência de sites dedicados à exibição dessas imagens, muitas vezes em momentos íntimos e familiares.
“O objetivo principal do projeto do INDT foi criar um sistema de segurança abrangente para dispositivos residenciais, como modems de operadoras de internet, a fim de suavizar essas vulnerabilidades. Para isso, foram desenvolvidas soluções que analisam o tráfego de dados IoT em busca de padrões suspeitos, como senhas comuns ou similares, que poderiam ser exploradas por hackers para controlar os dispositivos remotamente e lançar ataques a outros servidores”, diz.
Esse sistema de segurança identifica falhas de segurança e realiza varreduras regulares em busca de vulnerabilidades, garantindo assim um ambiente mais seguro para os usuários domésticos de IoT.
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“A internet é uma fonte valiosa de informações para os consumidores, permitindo a verificação da segurança de um dispositivo específico. Pesquisar se um dispositivo é suscetível a hackers ou se possui vulnerabilidades conhecidas pode ajudar os usuários a tomar decisões mais informadas antes da compra”, ressalta Francisco.
Em um cenário em que a segurança cibernética é uma prioridade, os consumidores devem estar cientes das precauções necessárias ao utilizar dispositivos inteligentes em suas residências. A combinação de pesquisa pré-compra, configuração adequada e práticas de segurança cibernética pode ajudar a proteger os dados pessoais e a privacidade dos usuários nesse ambiente digital cada vez mais interconectado.