Com o apresentador Ratinho como garoto propaganda, a empresa Solução Financeira foi alvo de uma operação policial, nesta quinta-feira (16/05), no Amazonas e em outros três estados. A empresa oferecia consultoria jurídica para renegociar, diretamente com os bancos, a redução de ‘juros abusivos’ de financiamentos. Mas os clientes acabavam tendo os veículos apreendidos pelos bancos, sem que nenhuma negociação fosse feita.
Nas redes sociais e em programas de TV, a empresa divulgava que conseguia obter até 70% na redução da dívida financeira. Após uma enxurrada de denúncias, a empresa virou alvo de investigações e, em ação conjunta, as Polícias Civis do Amazonas, São Paulo e Paraná cumpriram uma série de mandados.
Nove integrantes do grupo criminoso foram alvos. Conforme o delegado Mauro Duarte, titular do 30º Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus, a empresa atraía centenas de vítimas por meio de propaganda.
Eles investiam bastante em propaganda com o objetivo de atrair o maior número possível de vítimas. Chegando lá, as pessoas fechavam os contratos e pagavam entre R$ 4 e 20 mil, davam um valor de entrada e parcelavam o restante em vários boletos. No entanto, após alguns meses, as pessoas percebiam que nada havia sido feito e acabavam tendo seus veículos apreendidos caso não negociassem diretamente com os bancos”
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Inicialmente, seis vítimas foram identificadas na capital amazonense. As investigações que culminaram na operação contra o grupo criminoso tiveram início há cerca de dois meses. As apurações revelaram que a organização atuava em 14 estados brasileiros e 24 municípios amazonenses.
Nem a Solução Financeira, nem o apresentador Ratinho se manifestaram à respeito do caso.
Diante das evidências coletadas, a Polícia Civil solicitou à Justiça o bloqueio de bens dos envolvidos, a suspensão das atividades da empresa utilizada para praticar os crimes e a prisão preventiva dos suspeitos.
A operação recebeu o nome de Loki, em referência ao Deus da trapaça e da mentira na mitologia nórdica. A escolha foi proposital, simbolizando a natureza enganosa dos crimes praticados pela organização criminosa
Durante a operação, foram presos os donos da empresa investigada, Daniella Weiber e Thiago Aldo, em Cascavel (PR). E seis funcionários foram presos, temporariamente, em Manaus; e um gerente em Campinas (SP). As investigações irão continuar para averiguar a participação dos funcionários nos crimes.
Na sede da empresa, localizada na avenida Urucará, bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Na ocasião, foram apreendidos 18 computadores, mais de 20 aparelhos celulares e centenas de contratos e carnês bancários.
Até o fechamento da reportagem a empresa não havia se pronunciado nas redes sociais. Os donos e funcionários da empresa responderão pelos crimes de estelionato, associação criminosa, sonegação fiscal, não fornecimento de nota fiscal de serviço e lavagem de dinheiro.
Todos passarão por audiência de custódia e ficarão à disposição do Poder Judiciário.