Pela praticidade, o Pix se tornou o principal meio de transação bancária no Brasil. Mas é preciso se atentar. Conforme a empresa Silverguard, responsável pela segurança financeira no mundo digital, quatro em cada dez brasileiros já sofreu tentativa do golpe que usava o Pix.
Entre os atingidos, 22% perderam dinheiro. O “golpe do Pix” é uma modalidade de fraude financeira se usufrui do desconhecimento ou da vulnerabilidade digital da vítima para roubar dinheiro dela por meio das transferências bancárias.
Há vários tipos de golpes que recorrem ao Pix.
- Golpe do produto ou loja falsa: depois de criar um perfil na rede social de uma loja que não existe, os cibercriminosos anunciam um produto, recebem o Pix, mas não entregam a mercadoria ou enviam outra diferente;
- Golpe da compra de loja com rede social hackeada: A conta usada é de um estabelecimento que, de fato, existe. Mas os cibercriminosos clonam ou fazem o hackeamento do perfil na rede social;
- Golpe do parente pedindo dinheiro: um dos mais comuns, consiste em clonar o WhatsApp de uma pessoa e pedir dinheiro a um parente dela ao simular uma história urgente ou dramática;
- Golpe da oportunidade de investimento ou para multiplicar dinheiro: após prometer retornos financeiros irreais, o golpista pede transferências via Pix, mas nunca distribui os ganhos do suposto investimento;
- Golpe da central de atendimento: um falso funcionário do banco liga ou envia mensagem pedindo transferência para liberar algum serviço ou evitar algum bloqueio;
- Golpe do comprovante falso: nesse caso, a vítima é quem deveria receber o Pix. O golpista compra algo, mas envia um comprovante falsificado ao vendedor. Enganado, o vendedor envia o produto. O truque dá certo quando a vítima não tem acesso imediato à conta bancária.
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Como posso recuperar o dinheiro perdido?
Quanto mais rápido a vítima tomar medidas para recuperar o valor enviado aos golpistas, maiores são as chances de obter o dinheiro de volta, apontam especialistas em cibersegurança.
1) Interrompa a comunicação com o golpista
Ao perceber que foi vítima do golpe, interrompa a comunicação com o cibercriminoso e acione imediatamente o seu banco.
2) Documente o golpe
Registre capturas da tela do celular, número de contato do golpista, chave Pix para a qual o valor foi enviado, número da transação e conversas de WhatsApp. Tudo deve ser guardado e informado aos bancos.
Contudo, se a conversa do golpe foi via WhatsApp, não bloqueie o contato, pois isso poderá ocultar a conversa e impedir que você faça a captura de tela.
3) Acione o MED Entre em contato imediatamente com o banco para acionar o Mecanismo Especial de Devolução, sistema criado pelo Banco Central para recuperação do dinheiro. Quanto mais rápido o acionamento, melhor, embora o sistema permita abertura de reclamações em até 80 dias após o golpe.
Ao ser acionado, o banco do golpista bloqueia o valor e ambas as instituições (da vítima e do suspeito) analisam o caso a partir do perfil e alegações de cada uma das partes, em um prazo de 7 dias.
Se comprovado o golpe, o dinheiro sai da conta do golpista para a da vítima em até 96 horas. Isso vale obviamente se os recursos não tiverem sido sacados.
Caso a conta do golpista esteja vazia, a instituição financeira dele deve monitorar as transações por até 90 dias para que todo o dinheiro seja repassado à vítima até que o valor seja integralmente devolvido.
Em nenhum dos casos, o banco tira dinheiro do próprio bolso para ressarcir a vítima.
4) Faça um boletim de ocorrência O registro de boletim de ocorrência também é imprescindível para recuperar o dinheiro e eventualmente chegar ao cibercriminoso. E nem precisa sair de casa. Saiba aqui como fazer o registro no seu estado.
É importante, contudo, que a vítima detalhe o ocorrido ao máximo. É crucial ter: data, hora, meio pelo qual o golpista entrou em contato, explicação esmiuçada sobre as trocas de mensagens ou da ligação, chave Pix do suspeito, códigos de transações e o número de contato usado pelo golpista.
Como acionar o meu banco após o golpe do Pix?
Os bancos possuem canais de atendimento ao cliente. O Banco do Brasil informa que o pedido de devolução por golpe funciona via App BB e Central de Atendimento (4004-0001), 24 horas por dia, além de atendimento nas agências em todo o país, em horário comercial.
Já no Bradesco, a instituição informa que “o cliente responderá questionário para auxiliar no uso correto da ferramenta. O Boletim de Ocorrência é solicitado. No entanto, para não impactar na agilidade da tentativa de recuperação do valor, pode ser apresentado posteriormente”.
Na Caixa, o banco informou que o MED pode ser acionado através do SAC CAIXA, que funciona 24 horas por dia, por meio do 0800 726 0101; e em qualquer agência da Caixa.
O Itaú disponibiliza para recuperação do valor os seguintes números: 4004 4828 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 970 4828 (demais localidades).
Já o Santander pode ser acionado via telefone 0800 762 7777 (capitais e regiões metropolitanas).