A morte da travesti Jéssica Hadassa, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), tem intrigado as autoridades policiais e os moradores da cidade. Ela foi assassinada com quatro tiros, na última quinta-feira (14/12), após ter sido liberada pela polícia que a tinha prendido sob a suspeita de estupro de vulnerável de uma criança de cinco anos.
Exames de conjunção carnal realizados na menina, no entanto, não conseguiram detectar vestígios de violência sexual. Indígena sateré-mawé, Jéssica Hadassa foi presa acusada pela mãe da criança. As duas eram ‘amigas’ e moravam juntas.
De acordo com a Polícia Civil, a mãe da criança disse que a menina reclamou de dores abdominais. No hospital, a informação que recebeu foi que haveria sangramento nas partes íntimas da pequena.
Na delegacia, a mãe contou os relatos e suas suspeitas e apontou a colega travesti como suspeita das violações. Foi o suficiente para que ela fosse presa, mesmo negando o crime.
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Enquanto Jéssica Hadassa esteve detida, a criança foi submetida a exames de conjunção carnal, e o resultado não confirmou os indícios de abuso sexual. Não foram divulgadas, até agora, as possíveis causas do sangramento interno, nem se essa suspeita foi registrada em algum documento oficial.
Sem elementos técnicos que corroborassem a denúncia, a polícia liberou Jéssica Hadassa. Mas o destino dela já estava selado. Horas depois, a travesti foi encontrada morta na estrada do Macurany, em Parintins.
Segundo informações da Polícia Civil, quatro tiros atingiram o corpo da travesti, um na cabeça e os demais no pescoço e nos braços. Movimentos de defesa da população LGBTQIA+ denunciam que Jéssica Hadassa foi morta por homofobia. Assassinada em consequência das acusações que lhe foram imputadas, mesmo sem vestígios técnicos que corroborassem as suspeitas.
A Polícia Civil promete continuar as investigações para tentar identificar quem matou Jéssica Hadassa e se A polícia segue investigando o caso da criança e a autoria da morte de Jessica.