Segundo a SegundoSegundo a SegundoSegundo a Segundo
Aa
  • Cidades
  • Economia
  • Ciência & Tecnologia
  • Colunas & Blogs
    • Plantão do Consumidor
    • Tem golpe na praça
    • Viralizou
  • Cultura
    • Arthur Charles
    • Alexandre Pequeno
  • Esporte
  • Oportunidade
  • Política
  • Polícia
  • Saúde
  • Vídeos
  • Institucional
    • Quem Somos
    • Política de uso
    • Reportar erro
Lendo Cupuaçu só surgiu com a domesticação de fruto por indígenas
Segundo a SegundoSegundo a Segundo
Aa
Search
  • Cidades
  • Economia
  • Ciência & Tecnologia
  • Colunas & Blogs
    • Plantão do Consumidor
    • Tem golpe na praça
    • Viralizou
  • Cultura
    • Arthur Charles
    • Alexandre Pequeno
  • Esporte
  • Oportunidade
  • Política
  • Polícia
  • Saúde
  • Vídeos
  • Institucional
    • Quem Somos
    • Política de uso
    • Reportar erro
Follow US
© 2022 Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Segundo a Segundo > Blog > Ciência & Tecnologia > Cupuaçu só surgiu com a domesticação de fruto por indígenas
Ciência & Tecnologia

Cupuaçu só surgiu com a domesticação de fruto por indígenas

Redação
Atualizado em 2023/11/27 at 12:45 AM
Redação 2 anos atrás
Compartilhe
(Foto: Christopher Hind)
Compartilhe

O cupuaçu é um fruto típico da Floresta Amazônica. Seu nome deriva das palavras em tupi kupu, que significa “que parece com cacau”, e uasu, que é “grande”. Componente da culinária brasileira e popular por todo o País, acreditava-se que o cupuaçu era uma espécie nativa – ou seja, que ela ocorria de forma natural nos locais onde se distribui.

Mas pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da USP descobriram que o fruto, na verdade, é uma espécie domesticada pelas populações indígenas do médio-alto Rio Negro, há mais de 5 mil anos.

Espécies domesticadas são aquelas originadas por meio de uma seleção artificial pela ação humana. Por meio de uma análise genômica, os pesquisadores conseguiram rastrear as origens do cupuaçu e concluíram que o fruto é uma variante domesticada do cupuí, um integrante da família do cacau e natural do bioma amazônico.

“Do cupuí para o cupuaçu ocorreu uma mudança física pelo meio de plantar. O progenitor do cupuaçu tinha uma polpa não muito volumosa, e o fruto em si era menor”, explica Matheus Colli-Silva, doutor em botânica pelo IB, ao Jornal da USP.

A descoberta revela que os povos indígenas da região perceberam o potencial da polpa do cupuí, selecionaram os frutos que eram maiores e cruzaram esses entre si. “Se se começa a fazer esse retrocruzamento com atributo de interesse, que nesse caso é um fruto maior, você vai, ao longo das gerações, desenvolvendo esses indivíduos.” O retrocruzamento acontece quando existe o cruzamento entre um descendente com qualquer um de seus progenitores. O método viabiliza a transferência de genes – o que explica o aumento de tamanho dos frutos com o tempo. 

Os resultados da pesquisa foram divulgados no artigo Domestication of the Amazonian fruit tree cupuaçu may have stretched over the past 8000 years, publicado na revista Communications Earth & Environment. 

Domesticação de plantas levou ao Cupuaçu

A domesticação de espécies é comumente associada a animais. O exemplo mais famoso é o cachorro, um descendente dos lobos que passou por esse processo mais de 12 mil anos atrás. Contudo, o procedimento também é utilizado em vegetais, seja para o aprimoramento genético de monoculturas pela indústria agrícola, seja feito de forma não planejada pelos humanos. De qualquer forma, existe uma seleção artificial de características a serem destacadas.

As suspeitas por trás da origem do cupuaçu se originaram a partir de uma expedição realizada pelo pesquisador na região amazônica, mais precisamente em localidades do Pará, Amazonas e Acre.

“A princípio, nós não tínhamos pensado nessa pergunta. Porém, o simples fato de estarmos estudando a natureza nos levou a ir para o campo e perceber que o cupuaçu não estava presente em lugares de mata fechada, mas sim sempre próximo às civilizações”, explica ele. A partir daí foi realizada uma coleta de cupuaçus e cupuís, posteriormente levados ao laboratório e analisados por meio do sequenciamento de DNA.

LEIA TAMBÉM: Jaraqui vem perdendo diversidade e precisa entrar no Defeso, alerta UFAM

Depois isso, os resultados das duas espécies foram colocados lado a lado para o apontamento de suas semelhanças. Ademais, dados arqueológicos e antropológicos sobre a história dos povos indígenas na Amazônia também foram trazidos para a discussão, contribuindo nas conclusões alcançadas pela pesquisa.

“Nós conseguimos mostrar, com base nesses dados genômicos contrastados com os da arqueologia e da antropologia, que esse processo provavelmente teve início entre 5 e 8 mil anos atrás por povos indígenas que viviam na região do médio-alto Rio Negro.”

Em equilíbrio com a natureza

A ligação entre as populações indígenas e o processo de origem do cupuaçu reforça a importância da relação desses povos com a biodiversidade da região e o seu papel no ecossistema amazônico. “A Amazônia é um bioma que foi ocupado e modificado por povos indígenas. Mas, diferente do que temos hoje com as pressões antrópicas [ações humanas] e o desmatamento, essas alterações sentidas há milênios atrás foram feitas de modo sustentável”, pondera o pesquisador. 

O processo de domesticação do cupuaçu ocorreu no final do Holoceno – era geológica marcada pela estabilização meteorológica após o último processo de glaciação da Terra. De acordo com evidências arqueológicas, foi nesse período que os povos da Amazônia passaram a aprimorar técnicas dentro da agrobiodiversidade – procedimentos de manejo de terra que, além de se mostrarem vantajosos produtivamente, também colaboravam para a conservação da floresta.

Os cientistas observam que as comunidades indígenas tinham uma alimentação diversificada, englobando o cultivo de palmeiras, leguminosas e outras árvores frutíferas.

“Essa descoberta mostra como os povos indígenas sempre cuidaram da natureza e a extensão de seus conhecimentos sobre a flora. Além disso, deixa claro que coisas que nós cientistas aprendemos nos últimos 500 anos já eram conhecidas há milênios por outros povos.”

Colli-Silva ainda diz que o campo de estudos multidisciplinares explorado pela pesquisa pode ser acessado sob diferentes perspectivas.

“O próximo passo é olharmos para as espécies brasileiras de diferentes biomas e aplicarmos o mesmo método para estudá-las. Esse é um campo amplo que está ligado a outras áreas do conhecimento além da biologia, como a história e a agronomia”, coloca. Ele destaca a importância de pesquisas que explorem a flora brasileira para seu uso econômico de maneira sustentável. 

Do Jornal da USP

Leia também

IA desenvolvida no Amazonas vira aposta para aumentar vendas no setor imobiliário

Fapeam abre inscrições para programa de incentivo à pesquisa universitária

FAPEAM abre inscrições em edital de R$ 2,4 milhões para pesquisa no interior

Pesquisadores e artistas do AM têm chance final para pedir patrocínio para ir a eventos

Pesquisa do INPA descobre 33 espécies inéditas de vespas na Amazônia

Termos cupuaçu, frutos amazônicos, Indígenas
Redação 27/11/2023 24/11/2023
Compartilhe este artigo
Facebook Twitter Email Print
Por Redação
Follow:
A equipe da Redação do Segundo a Segundo acompanha de perto os principais fatos que impactam o Amazonas. Juntos, contamos histórias, investigamos notícias e informamos com agilidade e responsabilidade.
Artigo anterior Sine nos Bairros tem nova edição na zona leste Mutirão de empregos no Santa Etelvina, Monte Sinai e Lírio do Vale
Próximo Artigo Banco Central alerta contra falso aplicativo do valores a receber
© Segundo a Segundo. A informação que você precisa saber
Welcome Back!

Sign in to your account

Lost your password?
Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continua a usar este site, assumimos que você está satisfeito.